Má qualidade do ar no Norte por causa dos incêndios obriga a “cuidados especiais”

CCDR-N deixa recomendações
Má qualidade do ar no norte por causa dos incêndios obriga a "cuidados especiais"
Foto: Lusa

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Norte recomendou hoje “cuidados especiais” à população perante a má qualidade do ar na região, que se deverá sentir durante os próximos dias devido aos incêndios.

“O elevado número de ignições e a grande dimensão de alguns incêndios têm reflexo direto na deterioração da qualidade do ar, em particular devido à presença de fumo de incêndio e ao aumento da concentração de partículas em suspensão, muito nocivos para a saúde humana, e que se deverão continuar a sentir nos próximos dias”, refere um comunicado da CCDR Norte.

O texto reforça que “uma vez libertadas ou formadas na atmosfera, estas partículas são transportadas pelo vento a longas distâncias, podendo ser responsáveis por concentrações elevadas mesmo em locais distantes da sua fonte”.

Por esse motivo, a entidade regional recomenda “especiais cuidados da população na redução da exposição à poluição atmosférica e da atividade física ao ar livre, particularmente dos mais vulneráveis, como doentes crónicos, crianças e idosos”.

Nesse sentido, e de acordo com as recomendações da Proteção Civil, para se resguardarem e evitarem a exposição ao ar, as pessoas devem permanecer dentro das habitações e manter portas e janelas fechadas, utilizar máscaras/respiradores (N95) sempre que a exposição for inevitável, evitar atividades ao ar livre, não utilizar fontes de combustão dentro de casa (aparelhos a gás ou lenha, tabaco, velas ou incenso).

Caso a situação se agrave, os grupos mais sensíveis devem ser retirados para locais com ar condicionado, bem como recorrer a cuidados médicos adequados em caso de persistência ou agravamento de sintomas respiratórios, ou mesmo o 112, em caso de emergência.

Pelo menos quatro pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região Norte e Centro do país, como Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, distrito de Aveiro, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.

Hoje de manhã, cerca das 09:30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou mais de 140 ocorrências, envolvendo mais de 5.000 operacionais, apoiados por 1.600 meios terrestres e 21 meios aéreos.

A Proteção Civil estima que arderam pelo menos 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro.

Desde domingo, as chamas chegaram aos distritos do Porto, em Gondomar, de Braga, em Cabeceiras de Basto, de Viseu, em Penalva do Castelo e Nelas (com seis feridos), e de Castelo Branco, em Louriçal do Campo. Mas foi o distrito de Aveiro, com 10 mil hectares já ardidos, o centro dos maiores focos de incêndio, em Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda.

O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos fogos dos últimos dias, coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que teve hoje a sua primeira reunião em Aveiro.

 
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