A seis quilómetros de Guimarães, num vale que ilustra bem a expressão “verde Minho”, à sombra das torres da Basílica de São Torcato, fica o Nature Art & SPA Hotel. O espaço faz um casamento perfeito entre a paisagem verdejante dos campos cultivados, o luxo recatado e a arte que serve de fio condutor a toda a experiência.
Quando Armindo Carvalho adquiriu o terreno contiguo à sua empresa, em 2015, não estava no seu horizonte tornar-se num empresário do ramo da hotelaria. “Foi uma oportunidade de negócio, a ideia formou-se a partir da reflexão sobre o que devíamos fazer com o terreno e em conversa com o arquiteto, e amigo, Augusto Antunes”, afirma. Apesar de ficar a escassos metros do centro da vila, a rua onde fica o hotel confina com os campos banhados pelo rio Selho, as vinhas de esteio e os campos de milho.
No conceito inicial do projeto, inaugurado em 2017, houve a preocupação de potenciar este jardim natural, mas “como estamos em São Torcato, tínhamos a noção de que precisávamos de algo mais, alguma coisa que fizesse com que as pessoas percorressem esta pequena distância de Guimarães até aqui”, esclarece Armindo Carvalho. Esse elemento que diferencia o hotel foi encontrado na colaboração com dois artistas, o pintor, Pedro Guimarães e o escultor Dinis Ribeiro. A par com os jardins, inicialmente desenhados por uma arquiteta paisagista, mas em constante metamorfose, pela ação da natureza e pelo gosto de Armindo Carvalho, são as obras de arte que, no exterior e no interior, dão identidade a este espaço.
Suites T1 para famílias, quartos duplos, spa e espaço para eventos corporativos
Quando arrancou, o hotel tinha sete T1 com kitchenette e sofá-cama e um wine bar. “Com a experiência que adquirimos, percebemos que devíamos concentrar as nossas energias a servir o melhor possível os nossos hóspedes, por isso, o conceito acabou por evoluir”, conclui Armindo Carvalho. Na segunda fase do projeto, que começou agora a operar, o hotel passa a dispor de mais quatro quartos duplos de spa e de uma sala para eventos de empresa com 30 lugares. O espaço onde antes funcionava o bar passará, brevemente, a ser um restaurante.
Em comum, as duas áreas têm o requinte e o cuidado com os detalhes. Os bungalows que encontramos no Natura Art & SPA Hotel, são espaços de luxo, construídos com os melhores materiais. Armindo, um empresário com dezenas de anos de experiência no setor têxtil, particularmente na área dos cortinados, afirma com orgulho que “ao nível dos tecidos a opção foi sempre pelo melhor que há no mercado e isso reflete-se na experiência”.
A arte criou uma marca identitária
Em cada uma das casas há uma escultura de Dinis Ribeiro e um ou mais quadros de Pedro Guimarães. Os obras de arte sobressaem da sobriedade da decoração e, como também há grandes esculturas pelo jardim e grandes painéis pintados nas fachadas, estes elementos dão unidade a todo o espaço. De resto, foi a simbiose com os dois artistas que permitiu juntar a primeira e a segunda fase do projeto sem criar roturas.
Nos quartos, sobressai a enorme varada – chamam-lhe alpendre –, a lembrar os espigueiros da região. Por este alpendre, entra luz natural que ilumina todo o quarto e a casa de banho, separada por uma parede de vidro. Uma cortina de blackout permite tornar a casa de banho mais aconchegada, para quem preferir assim.
Com ligação aos quartos, mas também acessível a que estiver alojado nos bungalows, a sala de convívio, com a sua lareira suspensa, convida a preguiçar com um livro na mão, ou à conversa com amigos, quando chegarem os dias mais frios. Esta foi, de resto, uma das razões que levou a este alargamento do espaço, “a criação de atrativos para a época habitualmente baixa para o turismo, em Guimarães”.
A partir desta sala, por um corredor ladeado por camélias de variantes tropicais, chega-se à piscina interior. Este plano de água pode estar completamente fechado, quando está frio, ou aberto para um terraço elevado, onde é possível apanhar banhos de sol perfumados pelas laranjeiras que pontuam o jardim. No verão os hóspedes podem escolher entre esta piscina e a que existe no jardim, junto aos bungalows, que também é aquecida entre abril e outubro. O spa dispõe ainda de banho turco e de uma sala de massagens suspensa sobre um plano de água, permanentemente disponível por marcação.
É possível encontrar pequenos esconderijos entre a vegetação
Além dos objetos artísticos, o outro elemento que caracteriza o espaço é o verde da paisagem e dos jardins. Aproveitando a proximidade de um dos maiores viveiros nacionais de Camélias, do lado oposto da rua, o Nature Art & SPA Hotel exibe mais de 50 espécies destas plantas espalhadas pelo seu espaço. Mas há muito mais, andando pelos carreiros, cuidadosamente pensados para permitir o acesso a pessoas com mobilidade reduzida, é possível sentir o aroma ora a limões, ora a salsa, que chega das pequenas hortinhas. A vegetação exuberante permite criar pequenos espaços recatados onde é possível esconder-se sozinho, para ler um livro, ou acompanhado, para namorar.
Os portugueses têm sido os melhores clientes, logo seguidos dos espanhóis e dos franceses, “mas desde que me chegou aqui um japonês de mochila às costas, estou preparado para tudo”. Em 2020, o hotel recebeu pessoas de 28 nacionalidades diferentes, talvez por ser um bom ponto de partida para conhecer o Centro Histórico de Guimarães, classificado como Património da Humanidade, o Castelo de Guimarães, Paço dos Duques e estátua de D. Afonso Henriques, tudo a 10 minutos de carro. Mas, pode ainda juntar-se a este roteiro, mais comum para quem visita a cidade Berço, os atrativos do Vale de São Torcato. Desde logo a sua Basílica, o Campo da Ataca, local da Batalha de São Mamede, onde o nosso primeiro rei derrotou as forças de sua mãe D. Teresa e dos nobres galegos. Quase em frente ao hotel fica o Camélias Park Flavius, que também importa visitar para conhecer mais de 2.500 espécies diferentes desta planta. Para os mais aventureiros, o Vivapark oferece uma série de opções em termos de desportos radicais.