O Lustre, de Braga, é o que se pode chamar de “discoteca pluralista”, quer no sentido musical – já que tem três espaços autónomos com batida diferente – quer em termos etários, dado que acolhe gente de várias idades, ainda que, com maioria absoluta de juventude, quer em termos sociais e geográficos (gente com pronúncia do Norte).
É eclético, vibrante, bem frequentado e com malta tida, genericamente, como dos afetos do rock alternativo, das músicas da moda – comercial e outra que tal – e do rock and roll, puro e duro, em jeito saudoso dos anos 80 e 90 do século XX.
Tem entre a gente nova, muitos estudantes de vários quadrantes, mas não aposta, em exclusivo, nas romarias de capa, batina e tricórnio. Abre às sextas e sábados e vésperas de feriado, a partir das 22:30.
Gerido por Rui Fernandes, de 44 anos, antigo aluno de Matemática da UMinho e com raízes na restauração em Amares – o Lustre, ali criado em 2015, tem, à partida uma vantagem patrimonial: está situado nas cavalariças do antigo Convento do Pópulo, feitas em pedra maciça, o que transmite como que um peso estético/ histórico/ institucional, mas que não abafa a alegria dançante das noites longas.
A discoteca está a passar um período aureo, com enchentes – ou quase – aos fins de semana, quando ali curtem algumas centenas de pessoas. Mas cabem todas, sem apertos, permitindo a proximidade entre os que o frequentam, algo que é, afinal, uma das vantagens das discotecas: estarmos todos juntos, embalados pela dança e a vontade de viver: “it’s only rock and roll, but i like it”!
Três sons diferentes
O Lustre – diz o Rui – disponibiliza três áreas diversas. A que abre mais cedo, pelas 23 horas, é a sala do fundo a dos espelhos, com concertos rock ao vivo, com bandas do tipo rock alternativo ou de música eletrónica. À semana, é usado, por vezes, como pista para danças de salão. Tem um bar de apoio para que o copo esteja mesmo à mão.
Por ali têm passado – diz o Rui sem disfarçar o orgulho – nos últimos anos, as melhores bandas nacionais e regionais.
A segunda área do complexo de convívio é a do meio, a sala disco, entre colunas graníticas do prédio, a que começa a encher depois da uma da madrugada, e dura até à seis.
Toca as últimas da música comercial. Tem dois bares de apoio e dj de serviço, às vezes o próprio Rui. Canta-se (não é proibido), dança-se e e trocam-se afagos entre grupos vários.
“Tem encanto e enche o cérebro de sons que se prolongam no tempo”, diz quem por lá passa, no caso Mariana, de 22 anos, dos arredores de Braga.
Em cima, subindo uma escadaria há um terceiro bar, dedicado ao rock and roll, torneado por cadeiras confortáveis, dj a condizer e onde se curtem entre outras, temas dos Stones ou dos Beatles, ou aquela canção britânica cujo título dá por «Sex, and drugs and rock and roll», mas que, no caso português, é mais pró futebol.
O ambiente é seguro, os seguranças são eficientes e, que se saiba, não recorrem a atos agressivos. Procuram que não haja rixas nem consumos aditivos.
O Lustre é um espaço de qualidade. Merece, sem dúvida umas horas bem passadas”, diz o Rui, também com orgulho.
Ao todo, a discoteca emprega cerca de 30 pessoas, ainda que nem todas a tempo inteiro. Mas paga acima da média. E transpira
organização.
Go!
Lustre
Praça Conde de Agrolongo 115
4700-312 Braga
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