Está concluído o censo do lobo-ibérico na Galiza, mostrando que o animal predomina mais do que aquilo que se julgava, sobretudo, no norte das províncias de Lugo e A Coruña e no sul da de Ourense, também na Costa da Morte, na Serra de Outes e no leste das províncias de Lugo e Ourense. De todas 93 alcateias detetadas, nove são compartilhados com as Astúrias e onze com Castela e Leão e com o Minho e Trás-os-Montes, em Portugal.
Ao final do censo, concluiu-se que o lobo está presente em 91% do território galego, isto com base nas informações coletadas pelos 141 profissionais que realizaram 3.348 percursos por 13.781 quilómetros, usando ferramentas como escutas, fotoarmadilhagem e análise estatística. Embora ainda não seja uma ciência exata, a interpretação dos dados mostra estabilidade nas populações de lobo e sugere que sua presença pode ser maior do que se pensava anteriormente.
O recenseamento de grandes carnívoros é complexo e não pode ser feito um a um. O método usado para elaborar o censo do lobo na Galiza é baseado em sinais de presença do animal. Segundo o pesquisador especialista em lobo ibérico, Luis Llaneza, há muitas mais alcateias do que as 93 registrados.
Em declarações ao jornal La Voz de Galicia, o especialista explica que a equipa é treinada para distinguir excrementos de cão e lobo, mapeia a concentração de indícios e instala estações de escuta nos locais com muitos sinais. Se houver sorte e os lobos responderem, a equipa grava a resposta para saber quantos estão presentes.
Llaneza explica que contabilizar os lobos é difícil, pois são animais elusivos e passam despercebidos. A sua equipa procurou sinais de presença, como excrementos e arranhões, e cartografaram os resultados, recorrendo a estações de escuta, análise de fonogramas e fotoarmadilhagem para determinar a quantidade de lobos, mas ainda não é uma ciência exata. O método usado hoje é o mesmo de 2012, data do último censo naquela região, mas com resultados melhorados graças a novas estatísticas.
Llaneza destaca que o trabalho é muito detalhado e preciso, incluindo uma formação dos agentes e técnicos envolvidos. Em 2022, foi realizado um novo estudo para reavaliar as áreas onde os dados não eram claros. O trabalho é muito intensivo e abrangente, com o objetivo de determinar com precisão a população de lobos.
Em resumo, a metodologia usada no censo do lobo consistiu em formação para os agentes envolvidos, uma ampla coleta de dados por meio de percursos, análise de fonogramas e fotoarmadilhagem, e uma interpretação cuidadosa dos resultados. Todos esses passos levaram à elaboração do mapa de distribuição do lobo. No entanto, alerta, como a ciência não é exata, os resultados são baseados em interpretações e não garantem uma presença ou ausência real dos animais em determinadas áreas.
Como conclusão, Llaneza afirma que a presença do lobo na Galiza é peculiar em comparação com outras regiões da Espanha, pois a paisagem galega é fortemente humanizada, mas isso não impede o desenvolvimento da espécie.