O livro “Castro Laboreiro, entre brandas e inverneiras”, da autoria da jornalista Luísa Santos, é apresentado em 20 de novembro, no polo da biblioteca municipal em Castro Laboreiro, Melgaço. A iniciativa inicia às 15:00 e a entrada é livre, anunciou hoje a autarquia.
Em comunicado, a autarquia refere que a obra é “dedicada à transumância na vila castreja” e “relata o modo de vida das pessoas que têm (tinham) o costume de se mudarem entre brandas e inverneiras, de acordo com as exigências climatéricas”.
Conforme escreve a autora, Luísa Santos, “desde tempos imemoriais, duas vezes por ano, toda a parentela, animais e pertences, mudava de casa, de acordo com o clima da serra da Peneda e o calendário religioso”.
“Descia-se às inverneiras (aldeias em vales abrigados) para passar o Natal, subia-se às brandas (pequenas povoações em terras elevadas e soalheiras) para passar a Páscoa. Todas as famílias da freguesia de Castro Laboreiro, concelho de Melgaço, por mais pobres que fossem, tinham duas casas, muito semelhantes em dignidade e dimensão. O presente livro é dedicado a esta prática de nomadismo, ainda existente, mas quase em extinção, devido ao despovoamento e às alterações climáticas. Um modo de vida singularíssimo que, em breve, se tornará narrativa histórica com contorno de lenda”, conta a autora.
Luísa Santos é jornalista há mais de 20 anos, tendo concluído a sua licenciatura em Comunicação Social na Universidade do Minho em 1998. Iniciou a carreira no jornal Público, debruçando-se em temas como o planeamento e urbanismo, tendo passado por muitas outras temáticas.
Em 2021, dedicou-se ao projeto jornalístico “Rosto da Aldeia”, uma plataforma onde se publicam histórias “de todos os que contribuem para que o despovoamento não seja uma tendência inexorável, relatando os casos inspiradores das pessoas, novas e velhas, que lutam para o inverter”, explicou a autarquia.