O Livre sugeriu hoje que quartéis militares esvaziados sejam transformados em residências estudantis e o primeiro-ministro reconheceu que esta é “uma questão crítica” mas salientou que alguns edifícios públicos já foram adaptados para esse fim.
O deputado único do Livre, Rui Tavares, questionou o primeiro-ministro, António Costa, no debate sobre política geral no parlamento quanto à crise de alojamento de estudantes no país, principalmente nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.
Rui Tavares sugeriu que os quartéis militares que não estiverem atualmente a ser usados possam ser transformados em residências universitárias e perguntou ao chefe do executivo se estaria disposto a fazer essa análise “daqui até ao fim do ano”.
Na resposta, António Costa retorquiu que o tema do alojamento estudantil “é uma questão absolutamente crítica”.
“Se queremos continuar a sustentar e a cumprir as metas de termos o número crescente de alunos no Ensino Superior, se queremos que haja cada vez maior número de localidades com oferta de Ensino Superior e maior deslocação de estudantes do Ensino Superior, temos que aumentar o número de lugares”, acrescentou.
Costa lembrou que há cerca de duas semanas assumiu a meta de Portugal ter 26 mil camas para estudantes até 2026, numa sessão na Academia das Ciências, em Lisboa, destinada à assinatura de 119 projetos para residências de estudantes do ensino superior.
Rui Tavares insistiu, perguntando “se a breve trecho, enquanto essas camas não estão construídas, permite que uma ministra [da Defesa] ajude a outra [ministra do Ensino Superior], disponibilizando quartéis que estão esvaziados”.
Costa respondeu que “no Plano Nacional de alojamento estudantil já foram previamente identificados todo o património público, seja afeto ao Ministério da Defesa Nacional ou a outros ministérios, que podem e devem, e estão a ser mobilizados para esse efeito”.
“O mais simbólico desses todos foi o antigo Ministério da Educação, na [Avenida] 05 de Outubro, que já foi há muito tempo disponibilizado para esse efeito, está a obra a decorrer e que será precisamente uma grande residência de estudantes”, acrescentou.
Tavares questionou ainda o primeiro-ministro sobre o agricultor Luís Dias, que está há vários dias em greve de fome perto da residência oficial de António Costa, em São Bento.
O primeiro-ministro disse que tem mantido contacto com Luís Dias “várias vezes ao longo dos anos em que tem estado em manifestações”, no entanto, afirmou que o governo “não tem nada a fazer para responder a essa situação”.
Perante o protesto de algumas bancadas, o primeiro-ministro respondeu: “O senhor não tem razão, não há nada a fazer, é muito simples”, disse.