A Câmara de Vila Nova de Famalicão está a desenvolver um projeto que permite aquecer estabelecimentos de ensino usando ‘pellets’ produzidos a partir do material vegetal resultante da limpeza de terrenos e matas do concelho, revelou hoje a autarquia.
Em comunicado, a autarquia explica que o projeto piloto “Escola Circular” resulta de um protocolo entre o município e uma empresa da região que se compromete a “entregar uma tonelada de ‘pellets, por cada 12,5 toneladas de resíduos fornecidos pela câmara”.
O material entregue à Tec Pellets resulta da recolha de sobrantes do material vegetal decorrente da limpeza da floresta e terrenos, efetuada pelos serviços municipais, sendo que com aquele projeto de economia circular a autarquia quer alimentar as caldeiras de aquecimento da primeira escola envolvida, o jardim de infância de Requião, “proporcionando conforto e bem-estar às crianças, poupando o ambiente e os encargos financeiros” do município.
“Desde o arranque do projeto, foram já entregues na empresa 150 toneladas de sobrantes, sendo que, neste momento o município tem um saldo positivo de 12 toneladas. A estimativa é que cada escola tenha um consumo anual de cerca de três toneladas de ‘pellets’, lê-se.
Segundo explica o texto, “a fonte de energia utilizada até agora no jardim de infância de Requião era o gás propano, mas, depois de uma avaria na caldeira, a autarquia decidiu adquirir uma caldeira adaptada para ‘pellets’, através de um investimento de cerca de quatro mil euros, que permitiu iniciar o projeto de economia circular”.
O Jardim de Infância de Mouquim é o próximo estabelecimento de ensino a usar este tipo de aquecimento, aponta a autarquia, que refere ainda que “à medida que haja necessidade de renovar as caldeiras de aquecimento, outras escolas serão aquecidas de forma totalmente ecológica, com custos perto do zero”.
No comunicado a Câmara de Famalicão explica que único custo deste novo método de aquecimento é o valor da caldeira, que ronda os 4 mil euros, sendo que a poupança anual chega aos seis mil euros.
“Estamos a diminuir o impacto ambiental nocivo dos comportamentos humanos, para além de ser mais económico e mais eficiente. Trata-se de valorizar e proteger a nossa floresta, através da limpeza, e de criar condições para que os resíduos florestais tenham uma utilidade”, aponta no texto o presidente da autarquia, Paulo Cunha.