O Lidl Portugal lamentou esta sexta-feira a convocação da greve dos trabalhadores dos armazéns dos supermercados, garantindo, no entanto, estar assegurado o abastecimento das lojas para a época do Natal, bem como o seu funcionamento “dentro da normalidade”.
“O Lidl Portugal mantém um diálogo constante e construtivo com os sindicatos, tendo por isso sido surpreendido com a greve pois tem demonstrado, e sempre privilegiou, o compromisso com os colaboradores e a sua valorização, apostando na criação de condições de trabalho de excelência, progressão salarial, a par da formação e desenvolvimento de carreiras”, refere em comunicado.
A empresa diz que assegura condições superiores às acordadas no contrato coletivo de trabalho negociado entre a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) e o sindicato, nomeadamente com o pagamento de salários acima dos valores acordados no contrato coletivo de trabalho, tendo sido pioneiro em Portugal ao aumentar, em 2016, para 600 euros o valor do seu ordenado mínimo.
“Adicionalmente a empresa ofereceu este ano, a todos os seus colaboradores, independentemente da sua carga horária ou tempo na empresa, um seguro de saúde”, acrescenta, sinalizando que o bem-estar dos seus colaboradores é uma clara prioridade.
O Lidl Portugal lembra que já esteve reunido com os sindicatos em diversas ocasiões “e sempre que o mesmo é solicitado”, considerando, no entanto, que a avaliação de medidas futuras é realizada em sede própria e na altura adequada.
Em novembro último manifestou disponibilidade para reunir em janeiro, “altura apropriada para discutir medidas para o próximo ano fiscal que arranca em março”, acrescenta.
“Com a convocação desta greve, o CESP [sindicato do setor] parece pretender inviabilizar o diálogo social antes mesmo de este se iniciar, o que é de lamentar”, considera o Lidl.
Os trabalhadores dos armazéns dos super e hipermercados iniciam hoje uma greve a que se juntará o pessoal das lojas no sábado e no domingo, mas as empresas preveem o normal funcionamento dos estabelecimentos.
A paralisação, convocada pelos sindicatos da CGTP, tem como objetivo pressionar a APED a evoluir na negociação do Contrato Coletivo do setor para que se concretizem aumentos salariais, alterações de carreira e regulamentação dos horários de trabalho.
A APED garantiu, em comunicado, “o normal funcionamento de todos os estabelecimentos”, apesar da paralisação de três dias, que hoje abrange só o pessoal dos armazéns e centros de logística.
Os trabalhadores do Lidl em greve concentram-se às 6:30 no entreposto de Braga e às 11:00 junto à sede da empresa no Linhó, Sintra, onde estará também o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.
A greve continua no fim de semana, vésperas de Natal, também com os trabalhadores das lojas Lidl, Minipreço, Pingo Doce e Continente.
As empresas associadas da APED empregam 111 mil trabalhadores.