Líder separatista anuncia nacionalização de navios em Mariupol

Guerra

O líder dos separatistas de Donetsk, que controlam parte da região do leste da Ucrânia com apoio das forças russas, anunciou hoje que a sua administração vai nacionalizar alguns navios do porto de Mariupol.

“Alguns dos navios ficarão sob a jurisdição da República Popular de Donetsk. As decisões relevantes foram tomadas”, disse Denis Pushilin à agência russa Ria-Novosti.

Pushilin não precisou se se referia a navios ucranianos ou a navios de outros países, segundo a agência norte-americana AP.

Kiev acusou a Rússia de bloquear os seus portos marítimos e de dificultar as exportações de cereais, provocando uma crise alimentar global.

A Rússia desmentiu as acusações e atribuiu a culpa pela situação às sanções ocidentais por ter invadido a Ucrânia, que, segundo Moscovo, agravaram a crise global de transportes criada pela pandemia de covid-19.

Pushilin disse também que a Rússia permitiu hoje a saída do primeiro cargueiro do porto de Mariupol com destino à cidade russa de Rostov.

“Hoje, 2.500 toneladas de chapas laminadas deixaram o porto de Mariupol. O navio dirige-se para Rostov”, escreveu o chefe dos separatistas de Donetsk na rede de mensagens Telegram.

Após a rendição dos defensores ucranianos que se encontravam nos subterrâneos da unidade metalúrgica Azovstal, em Mariupol, a cidade portuária foi considerada ocupada pelas forças russas.

O porto de Mariupol, no Mar de Azov, estava inoperacional até agora, devido aos fortes combates na região.

Mariupol tem sido um dos pontos mais afetados pela invasão russa da Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro.

A cidade foi cercada no início da guerra, mas as forças russas só assumiram o controlo total este mês, após terem capturado cerca de 2.400 combatentes que estavam entrincheirados na fábrica Azovstal.

Entre os soldados ucranianos feitos prisioneiros de guerra estão elementos do Batalhão Azov, que a Rússia acusa de ser constituído por neonazis.

Ao anunciar a invasão da Ucrânia, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a operação se destinava a “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, entre outros objetivos.

Ptuin também justificou, na altura, que a Rússia estava a responder a um pedido de ajuda das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, que reconheceu dias antes do início da “operação militar especial” na Ucrânia, a designação oficial russa da ofensiva.

A invasão foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A União Europeia e países como os Estados Unidos, o Reino Unido ou o Japão têm decretado sucessivos pacotes de sanções contra a Rússia e fornecido armamento à Ucrânia.

Desconhece-se o número de baixas em mais de três meses de guerra, mas diversas fontes, incluindo a ONU, admitem que serão elevadas.

A ONU confirmou até agora a morte de mais de 4.000 civis, mas tem alertado que o balanço será consideravelmente superior.

 
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