O presidente do PSD, Luís Montenegro, defendeu hoje que os utentes não são o problema da situação atual das urgências dos hospitais, mas sim “a incompetência” dos governos socialistas.
“O primeiro-ministro acha que o problema das urgências são os utentes. Amanhã talvez vá dizer que o problema das escolas são os alunos”, escreveu o líder social-democrata numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
Dirigindo-se a António Costa, Luís Montenegro defendeu que “o problema são os governos do PS e a incompetência do Partido Socialista”.
O primeiro-ministro reuniu-se na sexta-feira com a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o ministro e secretários de Estado da Saúde, um dia depois de os estatutos deste organismo, em funções há um ano, terem sido publicados e quando Governo e sindicatos médicos ainda não chegaram a acordo sobre aumentos salariais.
Este encontro, que decorreu no Porto, aconteceu também quando se verificam constrangimentos nos serviços de urgência de vários hospitais do SNS devido à recusa de mais de 2.000 médicos em fazerem horas extraordinárias, além das 150 obrigatórias.
Em declarações aos jornalistas no final, o primeiro-ministro afirmou que, a partir de janeiro, o SNS terá as “peças do puzzle devidamente montadas”, depois de o Presidente da República ter insistido, dias antes, na necessidade de se definir o novo quadro orgânico, sob pena de começarem “a rebentar peças do puzzle”.
António Costa indicou que se referia às três grandes reformas do SNS que vão entrar em vigor no próximo ano, nomeadamente a organização do país em Unidades Locais de Saúde, a generalização da passagem das Unidades de Saúde Familiares para o modelo B e a reorganização dos serviços de urgências, e ressalvou que não significa que Portugal se transforme de imediato “no país das maravilhas”.
O chefe de Governo apontou também a necessidade de as pessoas alterarem hábitos, como ligar para a Linha Saúde 24 quando estiverem doentes, em vez de ir “a correr” para o hospital.
Insistindo por diversas vezes nessa questão, Costa ressalvou que, ao irem às urgências sem necessitarem, as pessoas estão, não só a fazer algo que lhes é inútil, como a prejudicar os outros que, efetivamente, têm de ser atendidos nas urgências.