O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, defendeu hoje que um voto no partido nas eleições legislativas impede “arranjinhos com as esquerdas” e criticou o PSD por “querer ganhar as eleições com o voto dos socialistas”.
“Um voto no CDS será um voto contra o bloco central e ao mesmo tempo é um voto que permitirá que a próxima governação de Portugal seja à direita e não baseada em arranjinhos com as esquerdas”, afirmou o líder centrista momentos antes da entrega das listas de candidatos a deputados à Assembleia da República pelo círculo de Lisboa.
Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que “um voto no CDS é um antídoto contra o bloco central e é a única garantia de que o PSD, caso ganhe as eleições, pode governar à direita”.
Na ótica do líder centrista, a rejeição por parte dos sociais-democratas de uma coligação pré-eleitoral PSD/CDS foi “uma guinada à esquerda”.
“Os portugueses ficaram a saber que numa altura em que o PSD podia construir um projeto alternativo ao Partido Socialista, permitiu-se, através do seu posicionamento, estar mais próximo do PS do que de uma alternativa democrática que permitisse derrubar o Partido Socialista em urnas”, salientou, considerando que a abertura à formação de um bloco central “por princípio, inviabiliza todas as mudanças que o PSD quer projetar para o país”.
E criticou o presidente do PSD por considerar que “escolheu querer ganhar as eleições com o voto dos socialistas” e optou por um “discurso amigo daqueles que deram maiorias ao PS, em vez de procurar uma alternativa” com o CDS.
Na ocasião, Francisco Rodrigues dos Santos foi questionado várias vezes pelos jornalistas sobre o objetivo para as eleições legislativas de 30 de janeiro, mas recusou quantificar quantos deputados espera que o partido possa eleger.
“Claro que o meu objetivo, enquanto presidente do CDS, é poder continuar a crescer, a afirmar o CDS, na certeza de que estas listas representam um partido revigorado, renovado e refrescado, que se apresenta para o futuro com confiança de poder representar a direita certa para Portugal”, disse.
E criticou as sondagens que considerou serem feitas “por encomenda, à medida de uma ideia que se quer criar de que o CDS está à porta da morte”.
Apontando que estes estudos “não são inéditos”, o líder centrista defendeu que “as urnas mostraram ser sempre a maior vacina contra as sondagens e o país já está habituado a surpreender sempre em atos eleitorais”.
“Tenho a certeza absoluta de que o CDS é um partido que preenche um espaço que é único e insubstituível no atual xadrez político em Portugal, uma direita de compromissos, de liberdade, que esteve habituada a governar o país nas alturas mais críticas da sua história e que não se confunde nem com partidos que agora nasceram que na agenda de valores são iguais ao BE, nem partidos radicais extremados e populistas que oferecem soluções que a nossa matriz democrata-cristã não pode nunca secundar nem obedecer”, salientou.
O também cabeça de lista por Lisboa salientou ainda o facto de ter como “número dois” o ex-presidente José Ribeiro e Castro, um “fiel intérprete da essência da matriz democrata-cristã” do CDS e que “é o melhor exemplo de que este partido hoje tem história, sobretudo tem futuro e que vale a pena votar no CDS pelas mesmas razões de sempre”.