Os três arguidos do Grupo do Fujacal foram libertados pelo Tribunal de Braga, uma vez que caiu por terra a acusação por tentativa de homicídio, com o Ministério Público (MP) a pedir penas suspensas para todos os acusados por único crime de porte de arma proibida.
Perante o esvaziar do essencial da acusação do Ministério Público, o advogado bracarense Tiago Ferreira Freitas, pediu a libertação dos seus clientes, por imperativos legais, medida que mereceu concordância da magistrada do MP, a procuradora Joana Piloto.
Rilker Richard Almeida, que estava em prisão preventiva, foi imediatamente libertado e o jovem Henrique Lima deixou de usar pulseira eletrónica e a obrigação de permanência na habitação. Só não saiu em liberdade David Chilombo Portela por estar a cumprir prisão efetiva à ordem de outro processo.
Este revés já era esperado desde que os três juízes do Tribunal Coletivo se aperceberam que, face à mudança radical de versão de três irmãos, do rival Bairro da Enguardas, vítimas dos disparos, mas que agora dizem que afinal os tiros não foram contra eles, mas todo para o ar, não os poderiam responsabilizar, muito menos confrontar com tais contradições, porque o procurador Ricardo Tomás, do DIAP do Ministério Público, nunca os inquiriu, a seguir à PJ de Braga, retirando qualquer valor probatório legal para a fase de julgamento.
A Policia Judiciária, através do inspetor Milton Trigo, o titular da investigação, na PJ de Braga, já tinha desdramatizado a gravidade atribuída ao Grupo do Fujacal, afirmando que a situação foi empolada pelos órgãos de comunicação social, o que contrariou os diversos comunicados da Direção Nacional da PJ e Procuradoria-Geral Regional do Norte do MP, ambos dando conta que “esta rivalidade, tocada pela tentativa de controlo territorial e pela afirmação de hegemonia, de um grupo sobre o outro, se vem traduzindo em episódios de violência incluindo disparos de arma de fogo na via pública”.
As expectativas viram-se agora para o julgamento do rival Enguardas Bronx, o Grupo das Enguardas, em que, caso as testemunhas também dêem o dito por não dito, poderá também fragilizar a acusação, podendo levar à libertação dos suspeitos, nomeadamente Samuel Pinto Monteiro (“Samaritano”), Sandro Joel Garcia Pinto (“Joelinho”) e Rui Alexandre Carvalho (“Fire”), todos em prisão preventiva e que reclamam igualmente ter sido todo este caso empolado pelos jornalistas.