Um emigrante suspeito de atear fogo num armazém, na manhã de sábado, em Nogueira, Braga, e que havia sido detido pela PJ, foi libertado ao final da tarde desta segunda-feira. Terá de se apresentar semanalmente na PSP enquanto decorrem as investigações.
O suspeito de 39 anos, residente em Braga, foi indiciado por fogo posto e furto qualificado, mas ainda não há certeza que tenha sido quem ateou o incêndio, muito menos seja o autor de do furto de pequenas maquinarias e ferramentas.
Tal como O MINHO noticiou em primeira mão, o incêndio foi ao início da manhã de sábado e os Bombeiros Sapadores de Braga, ao combaterem as chamas, salvaram a vida ao homem, então inconsciente, com diversas fraturas e muito fumo inalado.
A Cruz Vermelha de Braga e uma equipa de medicina e enfermagem do INEM secundaram ainda o trabalho dos Bombeiros Sapadores de Braga e da PSP, tendo estabilizado a vítima, transportada de seguida para o Serviço de Urgência do Hospital de Braga.
Depois de assistido na unidade hospitalar central bracarense, sob custódia policial, o suspeito foi entregue pela PSP de Braga, nas instalações da PJ de Braga, por imperativos legais, porque os casos de fogo posto são investigados pela Polícia Judiciária.
Entretanto, o furto de três aparafusadoras e de duas rebarbadoras, avaliados em cerca de 1.600 euros, terá sido afinal cometido por terceiros, uma vez que o único suspeito detido pela PJ de Braga estava inconsciente e o material também não foi recuperado.
Segundo fontes ligadas à investigação policial, quatro horas antes do incêndio, já tinha soado o alarme, admitindo-se que o detido ou seria cúmplice dos assaltantes ou no limite poderá não ter nada a ver com o furto da maquinaria, só ateando o fogo.
Sendo toxicómano, o detido, habitualmente emigrado na Bélgica, onde é operário da construção civil, alega ter caído do monte perto de casa, na Rua da Granja, em Braga, fazendo uma fogueira, com paletes de madeira, alegadamente para se aquecer.
Em face das dúvidas, o Tribunal de Braga manteve termo de identidade e residência e decretou apresentações semanais à PSP de Braga, enquanto a Polícia Judiciária de Braga não esclarecer cabalmente as circunstâncias do incêndio e do furto das peças.
O juiz de instrução criminal de Braga determinou que o suspeito, operário de cofragem, com problemas de toxicodependência, se apresente semanalmente na 2.ª Esquadra da PSP de Braga, enquanto não houver indícios mais suficientes quanto ao suspeito.
Tudo indica que o furto das peças e ferramentas não tenha sido perpetrado pelo menos só pelo único detido, porque estava no meio do fogo caído e inconsciente, enquanto os portões do armazém ficaram sempre trancados e o material está por localizar.
Cabe agora ao Departamento de Investigação Criminal (DIC) de Braga da Polícia Judiciária (PJ) fazer as devidas investigações, para saber quem serão os cúmplices ou então os únicos autores dos furtos, tudo isto à margem da autoria do caso de fogo posto.
PJ enaltece trabalho da PSP
Entretanto, a Polícia Judiciária fez saber que através do Departamento de Investigação Criminal de Braga, com a colaboração da PSP de Braga, deteve, fora de flagrante delito, o presumível autor de um incêndio em edifício comercial e industrial, mais crime de furto qualificado, ambos cometidos na freguesia de Nogueira, na cidade de Braga, durante a madrugada deste sábado.
“O detido, de 39 anos de idade, residente no concelho de Braga, próximo do local dos factos, num quadro mais vasto da prática de crimes contra o património, com escalamento e arrombamento, introduziu-se num conjunto de pavilhões comerciais, vindo a praticar furtos no interior dos mesmos”, segundo o comunicado da Polícia Judiciária de Braga, não referindo outros suspeitos.
“Neste seguimento, numa área externa de um pavilhão contíguo, acabou por ficar encurralado, onde, horas mais tarde, cerca das 08:15, deflagrou um incêndio que consumiu diverso material combustível”, segundo diz nota de imprensa da PJ de Braga.
“Não fosse o precoce alerta dado por colaboradores de empresas ali instaladas, com a remoção de material combustível lá existente, e a pronta intervenção dos bombeiros, todo o complexo comercial adjacente, constituído por vários pavilhões, estaria em risco de incêndio”, salienta a PJ de Braga, na sequência do trabalho realizado pela Polícia de Segurança Pública de Braga.
“Na altura do combate ao incêndio, veio a ser detetada a presença do indivíduo, com ferimentos, mais tarde detido, o qual terá sido responsável pelos furtos e pela ignição que deu origem ao incêndio”, também segundo a versão apresentada pela PJ/Braga.
“As diligências realizadas por esta Polícia permitiram a recolha e consolidação de substanciais elementos de prova”, tendo os agentes da PSP de Braga apreendido logo um isqueiro ao suspeito, ainda na Rua do Parque Industrial, em Vila Nova, Nogueira.
Agentes da Brigada Permanente da Esquadra de Investigação Criminal, da 2ª Esquadra Territorial da PSP (Santa Tecla) e da Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial, todos da PSP de Braga, foram quem recolheram o isqueiro e outros indícios.