O treinador Leonardo Jardim afirmou hoje que é “importante” a seleção portuguesa praticar “bom futebol”, sob o comando do selecionador Roberto Martínez, que, a seu ver, teve “um período muito bom e outro menos bom” na Bélgica.
Treinador do Al Ahli, líder do principal campeonato dos Emirados Árabes Unidos, o madeirense de 48 anos disse não ter muitos dados para analisar o perfil do espanhol de 49 anos como treinador, mas mostrou-se convencido de que se encaixa no perfil traçado pela Federação Portuguesa de Futebol para dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo ex-selecionador Fernando Santos, entre 2014 e 2022.
“Não tenho muitos dados com que possa analisar o perfil do treinador. Acompanhei o trabalho dele na seleção da Bélgica. Teve um período muito bom e outro menos bom. O importante, para mim, é que consiga fazer da seleção portuguesa uma seleção que jogue um bom futebol”, disse aos jornalistas, à margem do fórum da Associação Nacional de Treinadores de Futebol, em Viana do Castelo.
Sem esclarecer se foi ou não convidado a orientar a seleção portuguesa, após o seu nome ter sido associado à sucessão de Fernando Santos, Leonardo Jardim vincou que o selecionador oficializado em 09 de janeiro de 2023, depois de sete anos ao leme da seleção belga, vai ser “avaliado pelos resultados desportivos”.
O antigo técnico de equipas como Sporting e Sporting de Braga disse ainda acreditar que Roberto Martínez está a “tomar as melhores decisões”, na sequência da primeira convocatória, divulgada na sexta-feira, para os dois primeiros encontros do Grupo J da fase de qualificação para o Euro2024, com Liechtenstein, em 23 de março, e com Luxemburgo, em 26 de março.
Jardim reconheceu ainda que o Benfica, líder da I Liga portuguesa, com 68 pontos, mais 10 do que o segundo classificado, FC Porto, e 12 do que o terceiro, Sporting de Braga, é o “grande favorito” a vencer a competição.
“O Benfica está-se a sobrepor aos outros dois clubes. Neste ano, três, porque o Braga está em terceiro. Esta vantagem pode ser decisiva. O Benfica assume-se como o grande favorito. Os outros clubes vão, à partida, jogar para o segundo lugar”, afirmou.
Convencido de que o Al Ahli está “preparado” para os dois meses de competição que restam, o treinador enalteceu o nível a que se joga no Médio Oriente e salientou o caso do Al Hilal, equipa que se sagrou campeã da Arábia Saudita às suas ordens na época 2021/22 e que foi vice-campeã do campeonato do mundo de clubes em dezembro de 2022.
“O Al Hilal foi o vice-campeão mundial de clubes e, comigo, no ano passado, foi campeão da Ásia. O Al Hilal, no campeonato português, não iria para jogar da Europa para baixo”, sugeriu.
Leonardo Jardim interveio num painel sobre treino de futebol e de futsal em regime de alto rendimento, no Centro Cultural de Viana do Castelo, juntamente com o treinador de futsal Mário Silva, dos Leões de Porto Salvo, e o treinador de futebol Luís Freire, do Rio Ave, equipa que, a seu ver, está a “cumprir os objetivos”, embora seja ainda cedo para “balanços”.
Já Mário Silva vincou que o futebol “tem muito a ganhar se beber do futsal”, face à “dimensão reduzida” do recinto de jogo, que estimula a “criatividade” quanto aos exercícios a adotar num treino, e recusou comentar a associação à sucessão de Pulpis como treinador do Benfica.
“Todos os treinadores gostam de ver o seu nome ligado a projeto dessa dimensão, mas sou treinador do Leões de Porto Salvo e tive competição ontem [domingo]. Fico mais satisfeito por termos ganhado da forma como ganhamos [3-0 ao Candoso] e por sermos a segunda defesa menos batida do campeonato [27 golos atrás do Sporting]”, disse.