‘Lá fora’ querem saber como Braga criou “ecossistema” de inovação

Depois de ter sido distinguida como “Cidade Europeia Inovadora em Ascensão”
Foto: CM Braga

Depois de ter sido distinguida como “Cidade Europeia Inovadora em Ascensão” na 10.ª edição dos European Capital of Innovation Awards 2024, a cidade de Braga acolheu hoje o lançamento oficial dos iCapital Awards 2026, com dois dias dedicados à “demonstração do seu ecossistema e a sua capacidade de atrair investimento e talento internacional”, referiu a autarquia, em comunicado.

O salão medieval da Reitoria da Universidade do Minho serviu de palco para o lançamento oficial dos iCapital Awards 2026, frisando o “compromisso de Braga com a inovação, a esperança nos talentos vindouros e o orgulho nas suas raízes”.

No início da sessão, Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, considerou tratar-se de um título prestigiante. Desde a atribuição do prémio, “já se notou o impacto do mesmo à escala global, com várias interpelações a nível internacional a fim de perceber o modelo aplicado em Braga”, referiu, citado em comunicado.

A sessão de abertura contou com a presença de Rui Vieira de Castro, reitor da Universidade do Minho, Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, Jean-David Malo, diretor do Conselho Europeu de Inovação e da Agência de Execução para as PMEs (EISMEA), e Sofia Moreira, representante da Comissão Europeia em Portugal.

Rui Vieira de Castro, reitor da Universidade do Minho, salientou o orgulho no território bracarense, “um espaço onde a inovação, além de recebida de braços abertos, é posta em prática”, numa responsabilidade partilhada com a academia minhota.

Uma Cidade onde a “inovação não é apenas um slogan, mas uma realidade vivida”, mencionou.

Por sua vez, Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, vê a inovação como um “estado de mente” e acredita, igualmente, que, em Braga, a tradução do conhecimento gerado é traduzido na prática. Uma realidade que se “revê na atual gestão do território, nas sinergias criadas e na mobilização de stakeholders”.

Jean-David Malo, diretor do Conselho Europeu de Inovação e da Agência de Execução para as PMEs (EISMEA) subiu, também, a palco, congratulando Braga pela sua distinção.

Na sua visita à cidade, constatou que o território bracarense é um excelente exemplo de inovação, uma cidade com uma “visão clara – forte, inclusiva, sustentável, competitiva e preocupada com o bem-estar dos seus habitantes”.

Desafiou, ainda, cidades como Braga – com ambição e preocupadas com o futuro – a se candidatarem aos iCapital Awards 2026, até dia 18 de junho de 2025. “Vamos tornar a Europa ainda mais poderosa – a líder da inovação”, rematou.

Seguiu-se Sofia Moreira, representante da Comissão Europeia em Portugal, que parabenizou todos aqueles que trabalham diariamente em prol da “inovação que serve as pessoas”. A par de um reconhecimento, sinalizou que o prémio atribuído deve ser visto como uma responsabilidade, a responsabilidade de “fazer do Futuro o Presente”.

Após as intervenções, deu-se o painel de discussão “Leveraging Innovation Labels for Territorial Competitiveness and Growth”. Moderado por Luís Rodrigues, diretor da Startup Braga, contou com a presença de Ricardo Simões, diretor de Inovação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR NORTE), Ado Jorio de Vasconcelos, diretor-Geral Adjunto do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), e Anabela Carvalho, diretora de Programas Europeus de R&I da Agência Nacional de Inovação (ANI).

Segundo Luís Rodrigues, agora, “mais do que nunca, as cidades e regiões estão a procurar formas de se diferenciarem, atraírem investimento e criarem ecossistemas sustentáveis e orientados para a inovação”. É aqui que os selos de inovação – como os iCapital Awards – desempenham um “papel fundamental”: “Estes reconhecimentos vão além da sua simbologia; funcionam como ferramentas estratégicas que ajudam as regiões a aumentar a sua visibilidade, a atrair talento e financiamento e a promover a transformação económica a longo prazo”.

Anabela Carvalho, diretora de Programas Europeus de R&I da ANI, partilha da mesma opinião – “estes selos representam ir além-fronteira” -, sublinhando que, além de grandes marcos, são processos que não são finitos em si mesmos.

“Além dos números alcançados, é importante fazê-los sentir na cidade”, apenas assim os ‘stakeholders’ estarão interessados em investir no território, salientou.

Da mesma forma, Ricardo Simões, diretor de Inovação da (CCDR NORTE), vê os selos, como os iCapital Awards, como o financiamento necessário para que as cidades possam alcançar as metas estabelecidas. Se tivesse que deixar um conselho, sublinharia a necessidade de criar uma narrativa contínua.

Para Ado Jorio de Vasconcelos, diretor-Geral Adjunto do INL, estes selos são essenciais para atrair talento. Vê-se como um exemplo dessa mesma atração, tendo encontrado em Braga uma casa para as suas inovações.

Também no âmbito do lançamento dos iCapital Awards 2026, a Startup Braga acolheu, dia 20 de março, a sessão “Braga’s Innovation Ecosystem: A Gateway to European Deep Tech”.

O momento reuniu empreendedores, investidores e representantes institucionais para discutir o papel crescente de Braga na inovação e ‘deep tech’. Os participantes debateram o futuro da inovação e da tecnologia na cidade e a forma como as ‘startups+ da região podem aproveitar os recursos europeus para crescer no mercado global.

O evento foi presidido por Luís Rodrigues, diretor da Startup Braga, e contou com a intervenção de Jean-David Malo, diretor da EISMEA. Malo descreveu as várias oportunidades de financiamento disponíveis para ‘startups’ e PMEs no âmbito do Conselho Europeu de Inovação (EIC).

A sessão terminou com um painel de discussão, moderado por Sofia Bravo, da Agência Nacional de Inovação (ANI), sobre os desafios e as oportunidades para as ‘startups’ no panorama europeu. O painel contou com a participação de fundadores, sediados em Braga, proeminentes: Lorena Diéguez (RUBYnanomed), João Pedro Ribeiro (PeekMed), Sónia Ferreira (BestHealth4U) e Adriano Pinto (AI4CMR).

A par da auscultação da urgência crescente das questões de defesa, discutiu-se a crescente importância da inovação na área da saúde e como as ‘startups’ europeias – e, em particular, as portuguesas – se posicionam face à concorrência global. Apesar da expansão, foi apontado um desequilíbrio, principalmente no que toca a Portugal.

Precisamente por esse motivo, a Startup Braga, em articulação com o Município de Braga, a InvestBraga, o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) e o Centro Clínico Académico de Braga (2CA-Braga), desenvolveu o Programa de Aceleração “Global Health Accelerator”, que arrancará no próximo dia 10 de abril.

Recorde-se que, em 2024, a Startup Braga coordenou, ainda, a elaboração da Manifestação de Interesse para a instalação de uma nova infraestrutura tecnológica, na área temática DeepTech BioHub, tendo a mesma merecido o parecer favorável do painel de peritos avaliadores. A 30 de dezembro, foi publicado o aviso para a submissão de candidaturas neste mesmo âmbito.

Deste modo, em 2025, o ‘hub’ de inovação prevê iniciar os trabalhos para a instalação de um novo Centro de Valorização e Transferência de Tecnologias (CVTT), com o objetivo de suprir uma “lacuna de mercado na região e responder à crescente necessidade de validação laboratorial das startups”.

 
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