Júpiter em oposição: O que é? Como observar? O que podemos esperar?

Opinião de Miguel Ventura

Artigo de Miguel Ventura
Astrofotógrafo

Júpiter, o maior planeta do nosso sistema solar, hoje irá estar um pouco mais perto do planeta Terra, com a menor distância dos últimos 59 anos e em completa oposição ao sol, o que o torna ainda mais brilhante. Mas só um pouco mais, e mesmo as luas ainda assim, só de telescópio ou com binóculos serão visíveis. 

Que fenómeno é este?

Indo por partes. O termo oposição em astronomia refere-se ao momento em que um planeta, cometa ou até asteróide está situado no lado oposto do nosso planeta a partir do sol, ou seja imaginemos o sol pôr-se a Oeste e o planeta (no caso de hoje Júpiter) aparecer a Este.

Este fenómeno é exclusivo apenas dos planetas mais distantes do sol, por ocorrer quando o nosso planeta se atravessa entre os dois corpos celestes, esta ocasião reservada para Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno, sendo o intervalo destas oposições diferente em função da órbita de cada um destes planetas.

Como observar?

Para observar este evento, basta então olhar para o lado oposto de onde o sol desapareceu ao fim da tarde.

Caso a meteorologia estiver de feição e depois de escolher um sitio mais desimpedido visualmente, conseguiremos observar Júpiter bem alto, ali pelas 21:00 horas, utilizando uns simples binóculos, ou para os que tiverem essa possibilidade um telescópio e facilmente poderão visualizar também 3 ou 4 das suas luas dependendo do momento e hora de observação.

O que esperar?

O facto de estar em plena oposição e mais próximo do nosso planeta desde 1963, não irá significar que possamos ver quer as suas luas, ou mesmo a sua gigante mancha vermelha a olho nu, ou mesmo esperar que Júpiter vá até brilhar mais que o nosso satélite natural (até porque a Lua estará na sua fase mais inicial).

O que podemos esperar desta oposição de Júpiter é um planeta um pouco mais brilhante no céu, mas pouco mais do que isso. Vejamos, ao fazer  uma comparação entre brilhos e magnitudes deste gigante gasoso que é Jupiter, em Setembro de 2021 apresentava um brilho de 2.19 e no dia 26 irá estar com um brilho de -2.47, ou seja apenas um muito ligeiro aumento no seu brilho.

Já no próximo sábado poderemos, através da Countingstars, fazer uma observação não só a Júpiter, mas a todo um universo por descobrir, no evento “Não Há Só Estrelas no Céu”, uma observação em simultâneo em 14 cidades e vilas espalhadas pelo país.

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados
x