Os oito jovens futebolistas brasileiros, todos em situação ilegal, que chegaram entre maio e agosto a Braga para jogar no Palmeiras Futebol Clube, recusaram alojamento alternativo oferecido pela Segurança Social, porque “preferem” as condições precárias de alojamento na coletividade bracarense, já que acalentam o sonho de serem craques em grandes clubes.
António Carlos Fusa voltou ao clube da freguesia de Palmeira, em Braga, depois da juíza de instrução criminal de Braga ter mantido a indiciação por crimes de auxílio à imigração ilegal, fixando como medidas coativas apresentações semanais no SEF de Braga, proibição de ausentar-se de Portugal, para além do seu obrigatório termo de identidade e residência.
De acordo com informações recolhidas por O MINHO, no Campo Drº Augusto Correia, em Palmeira, os jovens, com idades entre 18 e 20 anos, optaram por ficar a viver naquele clube, pernoitando em camaratas improvisadas, nas instalações sociais do clube, por cima dos balneários, mesmo depois da Segurança Social, alertada pelo SEF, ter deslocado para o local técnicos que tentaram convencer os jovens, todos de maior idade, a um alojamento alternativo, pelo menos até serem repatriados para o Brasil, já que apenas outros três têm a situação legalizada em Portugal, entre o total de onze jogadores brasileiros neste clube.
Um dos futebolistas estava à frente do bar do clube quando os inspetores do SEF de Braga intervieram, tendo sido os oito ilegais, que entraram com visto de turismo, intimados a sair de Portugal nos próximos 20 dias, na ocasião em que foi detido António Carlos Fusa.
A advogada Raquel Rodrigues Ribeiro, defensora do empresário detido, não quis falar do processo, a O MINHO, quando saía do Palácio da Justiça de Braga, lamentando que “os jornais não respeitem a presunção de inocência de que deveriam gozar todos os cidadãos”.
Contactado por O MINHO, o presidente da direção demissionário, Francisco Xavier da Costa Soares, recusou prestar declarações sobre o caso, alegando “já não estar no clube”, meio ano depois do empresário brasileiro António Carlos Fusa ter tomado conta do clube, como o seu “diretor desportivo”, estando já a principal equipa a disputar a 1ª Divisão da Associação de Futebol de Braga, onde os jovens jogadores ilegais estão já todos inscritos.