Uma homenagem ao jovem motociclista vítima do abalroamento mortal, há uma semana, em Braga, está já marcada para quinta-feira, de manhã, à porta da garagem de recolha de automóveis, na Rua de São Vicente, propriedade do automobilista alcoolizado que fugiu.
Emanuel Ferreira, da organização da homenagem, disse a O MINHO que “a iniciativa vai decorrer em frente à garagem onde o seu homicida tentou esconder o veículo envolvido no acidente”.
“O objetivo da homenagem é que pelo João, pela sua família e todos aqueles que passaram por uma morte nestas circunstâncias nunca mais a justiça seja branda”, referiu Emanuel Ferreira, salientando “bastar de penas menores a quem no derradeiro acto de compaixão da vida humana resolve fugir e esconder-se”.
João Silva, de 23 anos, que ia na motorizada da Telepizza, onde era distribuidor de pizzas, para além de ser estudante na Universidade do Minho, “se aquele cobarde se tentou esconder, pois não teve coragem, nós temos coragem e vamos lá dar a cara”.
O jovem, João Luís Vieira da Silva, foi sepultado este sábado, no Cemitério Paroquial de Trandeiras, em Braga, numa alargada manifestação de pesar, que incluiu os seus colegas da Telepizza e da Universidade do Minho, para além de familiares e de diversos amigos.
João Silva estava a trabalhar ao princípio da noite desta quinta-feira, quando descia pela sua faixa de rodagem na EN101, tendo sido surpreendido pelo condutor de um automóvel, que surgiu de uma curva, em completa contramão, abalroando-o, tendo depois passado por cima do jovem, causando-lhe um traumatismo craniano e paragem cardiorrespiratória.
Apesar dos esforços dos diversos profissionais do INEM, uma médica, um enfermeiro e dois técnicos de emergência pré-hospitalar, não foi possível reverter a evolução negativa, tendo falecido, a caminho do Hospital de São João, para onde seguia, escoltado pela PSP.
O MINHO tem tentado em vão desde a primeira hora obter uma versão do arguido, de 61 anos, mas não foi possível porque foi permitido que, ao contrário do que é habitual com os outros arguidos e suspeitos, saísse escondido pelas traseiras, do Palácio da Justiça de Braga, escondido com uma advogada, mas cuja identidade é desconhecida dos jornalistas.
O arguido, indiciado por um crime de homicídio negligente, que reside em São Mamede de Este, nos arredores da cidade de Braga, tendo sido detido, com uma taxa de alcoolémia de 1.582 gramas por litro de sangue, o que constitui crime, segundo informou o Comando Distrital de Braga da Polícia de Segurança Pública.
Presente ao Tribunal de Braga, o Ministério Público manteve a única e obrigatória medida de coação que já tinha sido aplicada na véspera pela própria PSP de Braga, o termo de identidade e residência.
A Procuradoria da República de Braga decidiu não realizar o julgamento sumário, mas sim abrir a investigação criminal ao acidente mortal, com fuga, que foi deferido à Brigada de Sinistralidade Rodoviária da Esquadra de Trânsito da PSP de Braga.