Marta Félix, jovem vimaranense que vive em Lisboa, decidiu ceder uma habitação familiar, fechada há já oito anos, na freguesia de Brito, ao programa “Guimarães acolhe”, uma iniciativa do município que tem como principal objetivo a receção de 60 famílias de refugiados.
De acordo com a RUM, este caso é “único no concelho, uma vez que a habitação é a única colocada à disposição por privados”.
A ideia terá surgido no mês de agosto, durante as férias, depois de Marta Félix assistir a várias notícias sobre a crise de refugiados.
“Na altura, enquanto procurava o que poderia fazer, porque ainda não sabia o que podia fazer, ocorreu-me esta casa que eu e a minha irmã temos em Brito, e que é uma casa muito agradável porque é no campo, um antigo celeiro onde se secava o milho, transformado em casa, e decidi colocar à disposição para acolher refugiados”, revelou a jovem à RUM.
A habitação, pronta desde dezembro, já sofreu algumas remodelações.
“Antes de apresentar a casa à Câmara, juntei-me com uma série de amigas e durante uma semana limpamos e pintamos a casa. Houve logo algumas pessoas que nos doaram móveis para os quartos das crianças, ainda temos alguns eletrodomésticos… Temos a casa pronta desde dezembro, tecnicamente, mas só agora é que estão a chegar pessoas”, referiu a jovem vimaranense.
Marta Félix valoriza o tempo de adaptação que os refugiados devem ter depois de chegar a Portugal e defende que os mesmos têm direito a aterrar e se adaptar.
“Eu não acho que seja justo que as pessoas cheguem e se ponham logo na semana seguinte a procurar trabalho, ou no mês a seguir. As pessoas precisam de aterrar, de chegar, de se adaptar”, realçou, sublinhando que os refugiados que dizem que não querem vir para Portugal, é porque não sabem como o país é.
A jovem integra, ainda, o programa “Solidariedade não conhece fronteiras”, que pretende apoiar refugiados nos campos de concentração que existem na Europa.
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