Um jovem de Braga figura entre os 27 suspeitos do “Grupo de Hammerskins”, que serão julgados em breve pela alegada prática de crimes de tentativa de homicídio, discriminação racial e sexual, além de ofensa à integridade física qualificada, por supostamente terem espancou negros, comunistas e homossexuais, nos últimos anos, em vários pontos do país.
Segundo adianta esta sexta-feira a edição eletrónica do semanário Expresso, do grupo faz parte “Rafa”, de 31 anos, natural de Gualtar (Braga) e residente em Escudeiros (Braga), técnico de fibra ótica, que seria inicialmente “prospect”, mas terá, entretanto, já ascendido à categoria de “hammer”, tendo sido sexta sexta-feira pronunciado, para julgamento, em Lisboa, já pelo juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC).
“Rafa”, que é defendido pelo advogado bracarense António Pedro Peixoto (“Pli”), antigo guarda-redes de futsal do Sporting Clube de Braga e o candidato derrotado nas penúltimas eleições à presidência do clube arsenalista, tem vindo a negar o seu envolvimento com os grupos extremistas de direita, sendo um membro da claque de futebol Ultra Red Boys 92.
Um outro dos arguidos pronunciados para julgamento é Nuno Cerejeira, de 47 anos, sem profissão, sobrinho-neto do cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira, prelado que era natural da freguesia de Lousado, em Famalicão, bastante ligado a Oliveira Salazar.
Entre esses 27, há um guarda prisional e neonazis já condenados no processo da morte de Alcindo Monteiro em 1995 e ainda segundo o Expresso, os 27 elementos dos Portugal Hammerskins (PHS), considerada a fação mais violenta dos skinheads, serão julgados por 77 acusações, como são a tentativa de homicídio, discriminação racial e sexual, ofensa à integridade física qualificada, detenção da arma proibida e de roubo, entre outros crimes, na sequência de investigações de inspetores da Unidade Nacional de Contra Terrorismo da Polícia Judiciária, a unidade de elite da PJ que combate os crimes contra a humanidade.