Síndrome artrogripótico congénito. Não tem cura. É este o nome da doença de Bárbara Guerreiro, uma jovem de 17 anos, aluna na Escola Básica de Lamaçães. Uma onda de solidariedade nasceu junto dos colegas com a ajuda do professor Paulo Lopes. Precisam de 13 mil euros para comprar uma cadeira de rodas elétrica para a Bárbara.
Não tem mobilidade dos membros inferiores e superiores. Ainda assim é uma ‘guerreira’ porque consegue comer sozinha, escrever com a boca, teclar no computador e no telemóvel e escovar os dentes com as mãos pousadas no lavatório.
“Sempre tive muita força de vontade e nunca me deixei levar pela doença”, refere Bárbara à reportagem de O MINHO.
De resto, Bárbara precisa de ajuda para se vestir, fazer a higiene pessoal e outras actividades ‘banais’ do dia-a-dia. Até aos 10 anos tinha uma cadeira de rodas elétrica que comandava com o queixo. Cresceu e a cadeira deixou de servir. A qualidade de vida diminuiu drasticamente.
Hoje, anda numa cadeira de rodas normal. Precisa sempre de ajuda para se deslocar. A velha cadeira está obsoleta.
“No início, aqui na escola não foi fácil mas agora sinto-me integrada e acarinhada por todos”.
“A cadeira são as minhas pernas. A nova cadeira muda completamente a minha qualidade de vida”. Por isso, a esperança é uma palavra que está sempre na boca de Bárbara.
A nova cadeira é de manobragem fácil, tem Bluetooth e a condução com o queixo é mais facilitada.
Projeto de solidariedade
Foi dentro da sua turma do 9.º ano, que o professor de Educação Moral Religiosa Católica, Paulo Lopes, lançou o desafio: “desenvolver um projeto de solidariedade para conseguir comprar uma cadeira de rodas elétrica nova”.
A ideia ganhou asas e toda a escola se começou a envolver. E segundo o professor, “um dos apoios mais importantes tem sido da Associação de Pais que, de uma forma extraordinária, tem desenvolvido actividades e contactado empresas para conseguirmos o nosso objectivo”.
Para o efeito foi criada uma conta solidária e até recibos para quem o desejar. Há, inclusive, um filme disponível nas redes sociais.
Onda solidária
No próximo domingo, 31 de março, está programada uma caminhada solidária. “Todos os Gverreiros com Bárbara Guerreiro” vai percorrer cerca de sete quilómetros pelo centro da cidade, a começar e a acabar na Arcada.
“Tem um custo de cinco euros e dá direito a uma camisola, água e uma peça de fruta”, revela o professor. Os bilhetes podem ser adquiridos no dia da caminhada. Alan, ex-jogador do SC Braga já se associou à campanha e outros jogadores braguistas apelaram nas redes sociais à participação de todos, “dentro de uma moldura que criamos para o efeito”.
Um dos sonhos de Paulo Lopes era ver “o filme da Bárbara passar no ecrã num dos intervalos do jogo do SC Braga”.
Também uma companhia de teatro brasileira que vai participar no festival de teatro de Palmeira com uma comédia, no próximo dia 06 de abril, irá oferecer a receita de bilheteira para esta causa.