Jovem alegadamente abusado por padre da diocese de Viana diz que relação era consentida

Pároco em Monção já foi afastado e caso comunicado ao Ministério Público
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A alega vítima de abuso sexual de André Gonçalves, padre em Monção, terá confirmado que mantinham uma relação desde dezembro de 2022, mas garante que “houve total consentimento das duas partes”.

“Tudo o que aconteceu entre mim e o padre André Filipe Gonçalves foi com o consentimento dos dois, o que não deixa de constituir um problema para o sacerdote. Contudo, o mesmo confrontado com a denúncia admitiu o facto de se ter envolvido comigo e não, como referia o comunicado [da Diocese de Viana], ter abusado de mim”, explica, em declarações à Alto Minho TV, sob anonimato, o jovem, cuja idade não é revelada.

A alegada vítima acrescenta que o padre, de 40 anos, “pediu logo de imediato dispensa do sacerdócio”, mas o Bispo de Viana do Castelo, João Lavrador, “insistiu, mesmo tendo o Ministério Público referido que o acontecido não era abuso, em publicar o comunicado referindo o sacerdote como pedófilo”.

Como O MINHO noticiou, o caso já foi comunicado ao Ministério Público (MP).

Segundo fonte da Diocese de Viana, o “testemunho” do padre de 40 anos, que exerce o sacerdócio desde 2007, “permite concluir que os atos ocorreram fora de lugares e instituições diocesanas”.

A mesma fonte adiantou que “os abusos aconteceram durante o ano de 2022”.

“Não existe mais nenhuma denúncia em relação a este ou outro padre da diocese de Viana do Castelo”, realçou a fonte.

A diocese de Viana do Castelo anunciou ter “proibido” um padre de Monção de exercer o sacerdócio depois de este ter confirmado um caso de abuso sexual de menor.

Em comunicado enviado às redações, a diocese de Viana do Castelo explicou que o caso resultou de “uma denúncia”, comunicada “às autoridades civis e canónicas competentes”.

Confrontando com os indícios apresentados, adianta o comunicado, o pároco de várias freguesias de Monção “confirmou os factos de que é acusado e comunicou a sua decisão de se afastar do exercício das suas funções”.

“A diocese informa, igualmente, que, tendo em vista as normas do direito canónico, o mesmo sacerdote se encontra proibido de exercer publicamente o ministério”, adianta a nota.

No documento, a diocese “partilha do profundo sofrimento da vítima e família, sendo com enorme sentimento de vergonha que torna públicos estes factos, desejando, também, exprimir o maior afeto e cuidado às comunidades paroquiais até agora confiadas” ao pároco.

“Nesta circunstância particular, a diocese de Viana do Castelo quer reforçar o desejo de ser um ambiente seguro e um espaço onde se possa dar voz ao silêncio, pedindo, ainda, todo o esforço, coragem, confiança e oração à comunidade diocesana, neste momento especialmente doloroso”, refere a nota.

O padre ministrava até agora nas paróquias do Divino Salvador de Cambeses, Santa Maria de Abedim, Nossa Senhora das Neves de Bela, São João Baptista de Longos Vales, São João Baptista de Portela e São Miguel de Sago e, era assistente dos convívios fraternos, em Monção.

 
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