O autarca de Viana do Castelo apelou hoje ao primeiro-ministro para que se construam nos estaleiros subconcessionados à West Sea os navios patrulha oceânicos previstos na nova Lei da Programação Militar, de forma a “a tivar” a construção naval no concelho.
“Desta forma, o Governo apoiaria uma empresa recentemente instalada em Viana do Castelo – a West Sea – e proporcionaria condições para que se retome a construção naval, cujos pergaminhos são bem visíveis com a construção dos dois Navios Patrulha Oceânicos (NPO), nos estaleiros da cidade, dinamizando a economia e o emprego na região”, lê-se num comunicado emitido hoje por aquela autarquia.
O pedido do socialista José Maria Costa surge na sequência do discurso do almirante chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) e da Autoridade Marítima Nacional, durante as comemorações do Dia da Marinha.
Segundo o autarca da capital do Alto Minho, aquele responsável “referiu a necessidade de um reforço para a Marinha Portuguesa de mais dois navios patrulha oceânicos” e considerou que, apesar da recente aprovação da Lei de Programação Militar (LPM), “ainda subsiste um volume insuficiente de investimento destinado à Marinha”.
Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), empresa pública atualmente em fase de extinção, construíram dois NPO para a Marinha Portuguesa, num investimento de cerca de 100 milhões de euros.
Em causa estão o NRP (Navio da República Portuguesa) “Viana do Castelo”, como foi batizado o primeiro da classe, entregue pelos ENVC em 2011.
O segundo navio, o “Figueira da Foz”, deixou as docas dos ENVC em dezembro de 2013, em pleno processo de subconcessão e encerramento da empresa pública. Foi o último dos mais de 220 navios construídos pelos ENVC em 69 anos.
O navio foi entregue à Marinha a 25 de novembro e passou a integrar o efetivo daquele ramo das Forças Armadas.
Estes navios integravam uma encomenda inicial de oito que foi assumida em 2004 pelo Ministério da Defesa – entretanto revogada pelo atual Governo – para substituir a frota de corvetas, com 40 anos de serviço.
Com o encerramento dos ENVC os projetos destes navios passaram para a tutela do ministério da Defesa, tutelado por Aguiar-Branco.
“Estes dois navios têm participado em operações de salvamento nacionais e internacionais, nomeadamente de migrantes nas fronteiras da Europa, demonstrando a capacidade e a qualidade da construção naval de Viana do Castelo”, sustentou o autarca socialista.
Com desenho próprio dos estaleiros, os navios têm 83 metros de comprimento, capacidade para receber até 67 pessoas, podem transportar um helicóptero Lynx e foram concebidos como navios militares não combatentes. Podem ser utilizados para fiscalização, proteção e controlo das atividades económicas, científicas e culturais ligadas ao mar.