José Luís Carneiro quer salário médio ao nível do europeu e casa para todos até 2035

Metas constam na moção estratégica da candidatura à liderança do PS
José luís carneiro quer salário médio ao nível do europeu e casa para todos até 2035
Foto: Lusa

O candidato a secretário-geral do PS José Luís Carneiro quer que o salário médio nacional atinja o nível do europeu até 2035 e que, nesse mesmo prazo, todas as famílias tenham acesso a habitação condigna.

Estas duas metas constam na moção estratégica de José Luís Carneiro à liderança do PS, a que agência Lusa teve acesso, na qual apresenta o que chama de “Pacto Portugal Futuro”, “um pacto com os mais jovens e as futuras gerações”, que tem “como horizonte a visão de país” que ambiciona ter em 2050.

Nesse pacto, José Luís Carneiro defende a necessidade de uma “política sólida de aumento dos rendimentos e de diminuição da carga fiscal, de forma a que, no prazo de 10 anos, o salário médio português alcance o salário médio europeu”.

O candidato à liderança do PS defende que “salários justos são um pressuposto necessário para a dignificação do trabalho e para a qualidade de vida dos trabalhadores, contribuindo para uma melhor justiça social, num quadro de desenvolvimento socioeconómico harmonioso do país”.

“O desenvolvimento social do país exige um aumento dos salários e rendimentos, o qual pressupõe o crescimento da economia e que trabalhadores e empreendedores sejam parte do sucesso das empresas”, lê-se.

Este pacto apresentado na moção de José Luís Carneiro inclui também metas para a habitação, setor em que, defende, o PS deve continuar a priorizar “novas políticas, reforçando o sentido de emergência social na atuação nesta área”.

“O nosso objetivo deve ser garantir que, no prazo de dez anos, todas as famílias tenham acesso a uma habitação condigna, fazendo conjugar a oferta de mercado com a oferta municipal de habitação e os incentivos à construção de casas a preços acessíveis”, sustenta.

Outra das metas que constam neste pacto é o de garantir que, “no máximo até 2035, Portugal seja capaz de se autoabastecer de eletricidade com recurso a fontes renováveis”, com José Luís Carneiro a defender que o PS deve “continuar a liderar as propostas políticas no campo da proteção e regeneração ambiental e da ação climática”.

Além destas metas concretas, José Luís Carneiro refere que o “Pacto Portugal Futuro” que propõe “não pode prescindir do património de equilíbrio orçamental e credibilidade financeira e orçamental em que o PS deixou o país”.

“Deve dar prioridade ao crescimento sustentável da economia e dos rendimentos com base em ‘contas certas’; recuperando a justiça fiscal nos rendimentos do trabalho e melhorando a competitividade fiscal das empresas; e melhorando as condições de vida, em especial no acesso à habitação e no combate à pobreza e às desigualdades”, lê-se.

Apelando a que se reforcem os apoios às micro, pequenas e médias empresas, “uma vez que representam uma fatia significativa do emprego nacional”, José Luís Carneiro compromete-se também a promover a justiça fiscal, “combatendo a fraude e evasão fiscais, reduzindo correspondentemente os impostos sobre os cidadãos e empresas cumpridores”.

O candidato à liderança do PS considera ainda que o partido tem de reafirmar a defesa de um Serviço Nacional de Saúde (SNS) “robusto e moderno”, de um “sistema de pensões público, que garanta equidade intergeracional” e de “uma escola pública de qualidade, que seja um fator de melhoria das qualificações e da igualdade de oportunidades”.

“O PS rejeita a privatização da saúde, a mercantilização das pensões e a desorçamentação da escola pública”, defende.

Em termos de entendimentos com o Governo da AD, Carneiro volta a frisar na moção que será uma “oposição firme e responsável”, mas reitera a disponibilidade para “consensos democráticos” em áreas como a política externa e europeia, a Defesa, segurança, Justiça e organização do Estado.

As eleições internas para a liderança do PS realizam-se em 27 e 28 de junho e, até ao momento, José Luís Carneiro é o único candidato à sucessão de Pedro Nuno Santos, que se demitiu do cargo de secretário-geral do partido após os resultados das eleições legislativas de 18 de maio.

 
Total
0
Shares
Artigo Anterior
Arguidos por construção de moradia ilegal na caniçada negam os crimes

Arguidos por construção de moradia ilegal na Caniçada negam os crimes

Próximo Artigo
Trabalhadores do inem alertam para falta de autorização para exceder limite de 60% de horas extra

Trabalhadores do INEM alertam para falta de autorização para exceder limite de 60% de horas extra

Artigos Relacionados