O ex-ministro José Luís Carneiro apresenta hoje a sua candidatura a secretário-geral do PS, até agora a única na corrida à sucessão de Pedro Nuno Santos, que se demitiu após a derrota nas legislativas de 18 de maio.
A sessão de apresentação da candidatura à liderança socialista está marcada para hoje, às 17:30, na sede nacional do PS, em Lisboa, sendo esta a segunda vez que José Luís Carneiro concorre, depois de há cerca de um ano e meio ter perdido a disputa interna para Pedro Nuno Santos.
Até este momento, o deputado do PS é o único que se apresentou a esta corrida, depois de nomes como os ex-ministros Duarte Cordeiro, Fernando Medina ou Mariana Vieira da Silva se terem posto de fora da corrida, assim como o ex-secretário de Estado Miguel Prata Roque, que na sexta-feira também afastou essa hipótese.
As eleições diretas para escolher o novo secretário-geral do PS vão decorrer em 27 e 28 de junho, sendo a data limite para apresentação das candidaturas 12 de junho.
Numa nota enviada à Lusa um dia depois da pesada derrota nas legislativas de 18 de maio que ditou a saída de Pedro Nuno Santos, José Luis Carneiro assegurou que estaria disponível para servir o PS e Portugal e considerou que o partido deve fazer “uma reflexão profunda” e abrir um novo ciclo.
“Face aos resultados eleitorais e à decisão do secretário-geral do PS, entendo que os militantes socialistas devem promover uma reflexão profunda e abrir um novo ciclo que honre a história do Partido Socialista. Contando com todos e promovendo a inclusão, a coesão e a unidade do PS, na riqueza da sua diversidade”, enfatizou então.
O candidato à liderança do PS tem defendido que o partido deve ser um garante de estabilidade e viabilizar o programa do Governo.
Numa entrevista à RTP, o socialista afirmou ainda que contribuirá para viabilizar o Orçamento do Estado e afastou desde logo “um psicodrama” na eleição do presidente do parlamento porque o PS não tinha o direito de vetar o nome da AD.
Sobre as presidenciais, Carneiro referiu que “há uma deliberação da Comissão Nacional do PS” segundo a qual “quem decidir avançar ser candidato, deve avançar”.
“Os órgãos do partido reunirão, avaliarão e decidirão sobre quem apoiar. Os militantes são livres de fazerem as suas opções e não há um regime sancionatório para aqueles que exercem a sua liberdade e a sua autonomia com responsabilidade”, apontou então.
De acordo com os tópicos da moção da candidatura, o dirigente socialista quer “repensar o PS e a sua relação com o país” e defende “consensos democráticos” em cinco áreas de soberania, incluindo “uma reforma eleitoral a começar pelas autarquias”.
Segundo estas linhas gerais, a moção estará “em evolução com o objetivo de recolher os contributos da sociedade portuguesa” e o objetivo do dirigente socialista é “repensar o PS e a sua relação com o país”.
Será ainda lançada uma reflexão que tem por base “ouvir e dar voz às pessoas”.
Carneiro manifesta ainda disponibilidade para “consensos democráticos” em cinco áreas de soberania nas quais considera ser natural que estes existam: política externa e europeia, defesa, segurança, justiça e organização do Estado.
Nas eleições legislativas de 18 de maio, o PS ficou reduzido a 58 deputados e passou a ser a terceira força política no parlamento, apesar de se manter em segundo lugar em termos de percentagem de votos, por um curtíssima margem de distância em relação ao Chega.