Declarações após o Vitória SC – FC Porto (2-3), jogo da 11.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães:
João Henriques (treinador do Vitória SC): “[Estou] satisfeito apenas com aquilo que vai ser o futuro do Vitória. De resto, o resultado não nos dá nada. Queríamos vencer. Queríamos não sofrer os golos que sofremos e da forma que os sofremos. O segundo e o terceiro golo são reveladores da imaturidade da equipa. Contra estas equipas, esses traços de imaturidade são evidentes.
Quando uma equipa que passa para a frente do marcador e sofre no minuto seguinte, isso afeta. Esses detalhes definem o resultado. Esses jogos fazem com que vamos aprendendo e crescendo. Não levamos os pontos que queríamos. A equipa cumpriu o plano estratégico. Queríamos ser incisivos quando atacávamos. Fomos [ao marcar o 1-0]. Depois, num erro coletivo, permitimos que o Sérgio [Oliveira] colocasse uma bola em profundidade para o FC Porto fazer golo [1-1].
Na segunda parte, voltámos melhor do que no final da primeira. Voltamos a ser incisivos quando chegámos à frente. Não podemos é sofrer o empate assim e o terceiro golo daquela forma. Permitimos ao adversário ter mais bola, circulá-la, impedindo-os de jogar por dentro e obrigando-os a jogar por fora. Anulámos quase sempre os cruzamentos. Houve também muitos remates [do FC Porto] para fora. Estava tudo preparado para sairmos com qualidade, mas nem sempre conseguimos.
Quando estamos a vencer por 1-0, há um amarelo que fica por mostrar ao Romário Baró, que seria o segundo. É mais um detalhe na história de um jogo que fica marcado pela nossa imaturidade.
Defrontávamos o campeão nacional em título e sabíamos o grau de dificuldade do jogo, mas queríamos vencer. Queremos transformar esta imaturidade em maturidade competitiva o mais rapidamente possível. Faltou-nos solidez e frieza para garantir que os três pontos ficassem em Guimarães. Na globalidade, isso deixa-nos otimistas para com o futuro, mas, para já, não nos deixa nada. Queríamos ganhar. Queríamos ir em vantagem para o intervalo. As equipas maduras neste tipo de jogos raramente permitem estas situações.
Há dois meses, não conseguiríamos fazer este tipo de jogo. A equipa está mais sólida, com resultados a aparecerem. Vamos tentar diminuir os erros ao longo da competição. Os jogos vão trazer a maturidade competitiva desejada. O quinto lugar não é excelente. Queríamos alcançar o FC Porto. Sabemos para onde queremos ir e fazer uma boa campanha. Não estamos satisfeitos no quinto lugar. Queríamos apanhar o ‘comboio’ das quatro equipas presumivelmente mais fortes.”
Sérgio Conceição (treinador do FC Porto): “Se olharmos para o resultado, sim [como prova de maturidade da equipa]. Ganhar em casa do Vitória é sempre difícil. Individualmente, é uma equipa com qualidade. Coletivamente, em termos do processo defensivo, esperou um bocado mais em baixo do que o habitual. Não gostei dos primeiros 20 ou 25 minutos. A circulação foi algo lenta e previsível. Depois, fizemos um golo e tivemos mais duas ou três situações para ir para o intervalo a vencer.
Na segunda parte, estávamos à procura da vitória, mas uma perda de bola deixou a equipa a perder por 2-1. A equipa reagiu a esse contratempo, e conseguimos uma vitoria justíssima num campo extremamente difícil. A equipa olhou para as dificuldades do jogo, teve caráter e soube dar a volta [ao resultado].
Temos de contar com um campeonato difícil. Estamos aqui para a luta. Os jogadores que saíram do banco deram uma resposta positiva e foram decisivos para a vitória.
Mesmo quando o Taremi não era titular, era muitas vezes utilizado [em resposta a uma pergunta sobre o funcionamento da dupla entre o avançado e Marega]. Temos trabalho específico para cada jogador. Mas aquilo que o jogo dá é impossível fazer no treino. É uma adaptação natural do Mehdi [Taremi].
Temos tido um ciclo terrível [de jogos], uma densidade competitiva incrível e vamos continuar a ter. Estamos em todas as frentes e jogamos para ganhar títulos. Jogamos sempre para sair do campo de consciência tranquila, para não conceder nada aos adversários. Mas os adversários têm qualidade e também podem dar uma resposta positiva no jogo.
O Otávio estava habituado na manobra da equipa. Foi-me comunicado que não podia jogar na véspera do jogo, quando estávamos em estágio. Não havia muito tempo para mudar os jogadores. O jogador que mais garantias me dava [para fazer o papel] era o Romário Baró. Tirei-o porque tinha amarelo. Senti que podia fazer falta numa possível transição [do Vitória] e sofrer o segundo amarelo. Não o tirei, porque estava a jogar mal.
Fomos a melhor equipa de 2020. O presidente [Pinto da Costa] tem razão em afirmar que fomos a melhor equipa. Agora, temos de iniciar o ano de 2021 a ganhar títulos. Quando se fala em hegemonia, a hegemonia é o próximo título e o próximo jogo
O Pepe tem um problema no gémeo. O Taremi sofreu uma pancada e estava com um pequeno problema muscular. Os jogadores que entraram deram uma resposta muito positiva.”