João Pinheiro não tinha “grande jeito” para jogar futebol e dedicou-se à arbitragem

Árbitro de Barcelos respondeu às perguntas de estudantes em Braga
Foto: AF Braga

A iniciativa “Árbitro na Escola” esteve na Escola Profissional Profitecla, em Braga, com o internacional português João Pinheiro, natural de Viatodos, Barcelos.

Cerca de 150 alunos dos Cursos Profissionais Apoio à Gestão e Marketing, CEF Empregado de Mesa e Comunicação: Marketing, Relações Públicas e Publicidade assistiram à palestra.

João Pinheiro falou sobre o seu percurso, sobre as dificuldades do caminho até ao topo e sobre a família, numa conversa franca e aberta que cativou os estudantes. “Adoro futebol, joguei futebol, mas não tinha grande jeito. O Cartão de árbitro permitia-me ver jogos gratuitamente. Experimentei, gostei e fiquei até hoje”, referiu explicando como começou a arbitrar.

“Vencer não é tudo, mas querer ganhar é”. A frase é de Vince Lombardi, mas foi repetida algumas vezes para valorizar o ‘fair-play’ “fundamental para o desporto ser verdadeiro, bonito” e o erro “é normal, faz parte do jogo e do trabalho”.

“Tenho que ter a capacidade de esquecer os momentos menos bons, como um pedido de revisão de jogada, e manter o foco em fazer bem”, disse, citado em comunicado da Associação de Futebol de Braga enviado às redações.

Pinheiro respondeu às questões dos estudantes sem reservas e falou do “jogo mais especial que já arbitrou”, o primeiro da Liga dos Campeões, em que sentiu “emoção ao ouvir o hino da competição”.

Quando questionado sobre a pressão dos grandes jogos e sobre o que ouve vindo das bancadas, Pinheiro explicou: “Num estádio cheio não oiço nada. Estou focado no meu trabalho, na exigência do que estou a fazer. Os insultos são um problema cultural. Acontece em Portugal, Espanha, Grécia, Turquia, mas não acontece nos países nórdicos. Mas o facto de ser cultural não deve normalizar algo que não está correto. Iniciativas como esta também pretendem sensibilizar para o bom comportamento na bancada e fora dela. Não faz sentido um árbitro precisar, em determinado momento, de proteção social”.

Apesar dos desafios da relação árbitro-adepto, o internacional português está feliz com a profissão escolhida.

“Durante o jogo a experiência é espetacular. Sou mesmo muito feliz. São 90 minutos nas nuvens, a viver o momento. Não se explica! A arbitragem tem-me dado oportunidades únicas de conhecer tantos países, tantos estádios, de ver jogar, diante de mim, alguns dos melhores jogadores do mundo. Não é monótono em momento nenhum”, disse.

De acordo com a AF Braga, A iniciativa “Árbitro na Escola” pretende promover o “‘fair-play’, o respeito e a empatia valorizando o papel do árbitro e das equipas de arbitragem no jogo, promovendo a literacia para as leis de jogo e, ainda, mostrando a arbitragem como uma possibilidade de carreira desportiva”.

 
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