João Oliveira defendeu que o secretário-geral do PS, está “a fugir” ao “apelo direto” feito pelos comunistas sobre a convergência entre os dois partidos depois das eleições legislativas.
O dirigente comunista João Oliveira defendeu hoje que o secretário-geral do PS, António Costa, está “a fugir” ao “apelo direto” feito pelos comunistas sobre a convergência entre os dois partidos depois das eleições legislativas.
“É verdade que António Costa e o PS continuam a fugir a esse apelo direto que foi feito da nossa parte, de dizerem claramente se recusam ou não a convergência com a CDU”, disse João Oliveira, no final de uma ação de campanha eleitoral em frente a um centro de saúde, em São Bartolomeu de Messines, concelho de Silves (CDU), no distrito de Faro.
Essa convergência, alertou o dirigente comunista, é não só para impossibilitar a constituição de um Governo de direita, mas também para encontrar as respostas de que o país necessita.
“Essa fuga à resposta e essa fuga ao desafio do PS encaixa na estratégia de tentar obter uma maioria absoluta”, completou.
O também líder parlamentar do PCP desde 2013 considerou ainda que o PS “definiu como objetivo retirar deputados à CDU”.
Os socialistas apenas conseguem alcançar a maioria absoluta ‘roubando’ deputados a outras forças políticas, sustentou, daí haver uma intenção declarada de o PS em conseguir eleger no dia 30 os três deputados pelo distrito de Évora, onde João Oliveira é novamente o cabeça de lista.
No entanto, o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP não está preocupado com a possibilidade de falhar a eleição pela primeira vez desde 2005. João Oliveira reiterou que essa decisão cabe aos portugueses quando forem às urnas, mas disse estar confiante no trabalho que está a ser desenvolvido pela CDU naquele círculo eleitoral, mesmo sem a principal figura da coligação naquele distrito.
João Oliveira está a substituir o secretário-geral do PCP até ao início da próxima semana, enquanto Jerónimo de Sousa está a recuperar de uma cirurgia de urgência à carótida interna esquerda a que foi submetido em 13 de janeiro.
A campanha eleitoral da CDU começou por ser dividida com João Ferreira e o partido previa que o antigo eurodeputado comunista assumisse por inteiro a agenda do secretário-geral, enquanto João Oliveira prosseguiria com a campanha pelo distrito de Évora, por onde volta a ser o cabeça de lista.
No entanto, João Ferreira contraiu a covid-19 no início da semana e teve de abandonar a ‘volta’ da CDU.
Nas legislativas de 2019, a Coligação Democrática Unitária (CDU) – que integra o PCP, o PEV e a Associação Intervenção Democrática – elegeu 12 deputados (dez do PCP e dois do PEV) e obteve 6,33% dos votos, ou seja, 332.473 votos (de um total de 5.251.064 votantes), menos 113.507 do que em 2015, de acordo com o Ministério da Administração Interna (MAI).