O artista José de Guimarães lamentou hoje a morte de João Cutileiro, considerando-o um “grande escultor que modificou completamente o panorama da escultura em Portugal”.
José de Guimarães falava à agência Lusa a propósito da morte do escultor João Cutileiro, hoje, aos 83 anos, num hospital em Lisboa, onde se encontrava internado devido a problemas graves do foro respiratório.
João Cutileiro era “um homem com uma grande personalidade e um poder criativo muito grande, trabalhando sempre como um operário”.
O escultor nascido em Guimarães recordou que João Cutileiro se dedicou não só às obras de atelier, que todos os artistas fazem, por vezes de pequenas dimensões, mas também às obras públicas, à estatuária pública, na qual foi “inovador e polémico”.
José de Guimarães recordou, a propósito, a escultura de D. Sebastião, em Lagos, sobre a qual disseram que “não honrava” o patrono, o Monumento ao 25 de Abril, no Parque Eduardo VII, que foi “extremamente polémica” na altura, ou a escultura de D. Afonso Henriques, em Guimarães, como “muitas outras espalhadas pelo país”.
“Ele, de certa forma, influenciou a arte portuguesa entre os anos 1960 e 1990”, disse.
Lembrou que quando João Cutileiro se instalou em Évora, juntamente com o grupo de Évora (António Charrua, Álvaro Lapa, Joaquim Bravo, António Palolo) foi uma geração que lançou “novos horizontes à arte contemporânea”.
Para José de Guimarães, João Cutileiro foi também “um pai, um patrono” para alguns escultores como Manuel Rosa ou José Pedro Croft.