Jesus, carismático ‘mestre da tática’, regressa à Arábia para treinar Ronaldo

Ex-Braga, Vitória e Moreirense
Jesus, carismático ‘mestre da tática’, regressa à arábia para treinar ronaldo

O carismático treinador Jorge Jesus voltou à Arábia Saudita para comandar o Al Nassr e, pela primeira vez, o futebolista Cristiano Ronaldo, depois de ter deixado na temporada que findou o Al Hilal.

O ‘mestre da tática’ deixou o comando do Al Hilal no início de maio, depois de ter sido derrotado nas meias-finais da Liga dos Campeões asiáticos e quando já estava praticamente afastado da luta pela revalidação do título nacional, conquistado pelo Al Ittihad.

Esta foi a segunda passagem do técnico luso no clube de Riade, depois da primeira experiência entre junho de 2018 e 2019, tendo rumado depois ao Flamengo, em julho de 2019, no qual viveu o ano mais intenso do seu palmarés, vencendo tudo, regressado ao Benfica e passado pelos turcos do Fenerbahçe.

O experiente treinador, de 70 anos, vai agora voltar a disputar o campeonato saudita, que já conquistou em 2023/24.

Nascido na Amadora em 24 de julho de 1954, Jorge Fernando Pinheiro de Jesus foi sempre notícia pelo seu estilo peculiar de comunicação e forma de estar, que se acentuariam quando chegou a um ‘grande’, pela ‘porta’ do Benfica, no início da época de 2009/10.

O ex-médio notabilizou-se enquanto treinador, carreira iniciada em 1989/90 e que passou por Amora, Felgueiras, União da Madeira, Estrela da Amadora, Vitória de Setúbal, Vitória SC, Moreirense, União de Leiria, Belenenses e SC Braga, até rumar à Luz para seis temporadas bem-sucedidas nos ‘encarnados’.

Com um pecúlio total de três campeonatos, uma Taça de Portugal, uma Supertaça e cinco Taças da Liga, Jorge Jesus protagonizou uma das mudanças técnicas mais conturbadas a nível nacional, quando ingressou, de forma direta, no rival Sporting.

Jesus saiu pela ‘porta pequena’, num percurso pelas ‘águias’ que também contou com duas finais da Liga Europa perdidas, e chegou ao Sporting com a justificação de ter sido um pedido expresso do seu pai sportinguista Virgolino, antes de morrer.

O treinador amadorense não foi capaz de terminar com o já longo ‘jejum’ de títulos da I Liga do Sporting, num ciclo de três épocas em que arrebatou uma Supertaça e outra Taça da Liga, finalizado com a invasão de adeptos à academia de Alcochete.

Esse polémico episódio, em 15 de maio de 2018, levou à sua saída e, pela primeira vez numa vida inteiramente ligada ao futebol, decidiu aventurar-se no estrangeiro.

O Al Hilal, da Arábia Saudita, foi o destino escolhido, que marcou novo duelo face a Rui Vitória, na altura treinador do agora seu Al Nassr e que o havia sucedido no Benfica, mas só venceu uma Supertaça, pois não acabou a época, rescindindo por mútuo acordo.

Meses depois, assinou pelo Flamengo e foi aí que viveu o momento mais ‘dourado’ da carreira, abrilhantado com o título nacional e com a Taça Libertadores, tendo no Mundial de clubes apenas caído no prolongamento contra o Liverpool.

Voltou a Portugal para tentar ser ‘salvador’ de um Benfica em crise, mas sairia sem qualquer troféu conquistado ao fim de uma temporada e meia, rumando à Turquia em 2022/23 e levantando somente uma Taça da Turquia, ao serviço do Fenerbahçe.

A saída precoce do Al Hilal motivou nova abordagem dos árabes para o retorno do português, que terminaria o que não tinha acabado e adicionou um campeonato, mais duas Supertaças e uma Taça do Rei, precisamente contra o Al Nassr, de Cristiano Ronaldo.

Gorada a hipótese de se estrear como selecionador, com a contratação do italiano Carlo Ancelotti para a seleção brasileira, o técnico regressa à Arábia Saudita, para, pela primeira vez, treinar o capitão da seleção portuguesa, agora com 40 anos.

Jesus vai ser o quinto treinador desde a chegada de Ronaldo ao Al Nassr, em 30 de dezembro de 2022, depois do francês Rudi Garcia, do croata Dinko Jelicic, do também português Luís Castro e do italiano Stefano Pioli.

O avançado rumou ao futebol saudita após ter rescindido contrato com os ingleses do Manchester United, que representou uma segunda vez em 2021/22 e 2022/23, após uma primeira passagem (2003/2009).

Com a sexta presença no Mundial como meta, Ronaldo, que foi formado no Sporting e, entre as duas passagens pelos ingleses, representou Real Madrid (2009/2018) e Juventus (2018/2022), procura cimentar os recordes com a camisola das ‘quinas’, somando 138 golos nas 221 internacionalizações.

O Al Nassr, que conta ainda com o médio internacional português Otávio, soma nove títulos de campeão saudita, o último dos quais em 2018/19, tendo terminado a última edição do campeonato no terceiro lugar.

 
Total
0
Shares
Artigo Anterior
Tentam atropelar gnr no parque de estacionamento de supermercado em vieira do minho

Tentam atropelar GNR no parque de estacionamento de supermercado em Vieira do Minho

Próximo Artigo
Miguel morro deixa vizela e reforça leixões

Miguel Morro deixa Vizela e reforça Leixões

Artigos Relacionados