Arrancou este sábado o período autorizado de pesca da lampreia nas pesqueiras do rio Minho, prolongando-se até dia 21 de maio. Durante este período, mais de uma centena de pescadores portugueses e espanhóis desdobram-se em esforços para apanhar o maior número de ciclóstomos.
À semelhança do ano de 2019, os pescadores são obrigados a utilizar colete salva-vidas, uma medida obrigatória para evitar afogamentos, dada a perigosidade da atividade, realizada sobretudo nas zonas de pedra das pesqueiras.
De forma a dar gás à pesca, os concelhos do Vale do Minho (Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Cerveira) organizam, entre si, o evento Lampreia do Rio Minho, que dura até 15 de abril.
Este ano, segundo revelaram os pescadores, espera-se “um bom ano” de caça à lampreia.
Segundo números avançados pelo comandante da capitania de Caminha, Pedro Costa, responsável pela fiscalização da atividade ao longo daquele rio internacional, este ano, estão matriculadas em Portugal 151 embarcações de pesca e, em Espanha, 64.
A faina da lampreia decorre na época em que a espécie volta a entrar nos rios, na direção da nascente, para cumprir a fase de reprodução.
A atividade decorre em cerca de 35 quilómetros do rio Minho, variando em função da arte utilizada, já que pode ser feita com “lampreeiras”, a bordo de embarcações artesanais, ou com pesqueiras armadas, arte denominada botirão e cabaceira (estruturas antigas, em pedra, existentes no rio).
Já no rio Lima, e segundo dados do comandante do porto de Viana do Castelo, Sameiro Matias, estão devidamente licenciadas para aquela pesca “entre 45 a 50” embarcações locais.
A faina faz-se apenas numa extensão total de 10 quilómetros, entre a cidade de Viana do Castelo e a freguesia de Lanheses, no mesmo concelho. Luís Miguel Ferreira, da direção da Associação de Pescadores do rio Lima, foi mais cauteloso que os colegas do rio Minho. Admitiu que, em relação à safra de 2019, “janeiro deste ano começou melhor, mas a quantidade ainda é reduzida”.
“Ainda não se pode especular se vai ser um ano melhor ou pior do que 2019. É muito cedo”, disse Luís Miguel Ferreira, referindo que, “por maré, estão a ser pescadas uma média de 10 a 12 lampreias” e que “o preço, em lota, ronda os 40 euros”