A Museus e Monumentos de Portugal (MMP) divulgou hoje os primeiros nove resultados de um total de 37 concursos internacionais que decorreram este ano, com as nomeações para equipamentos de Guimarães, Coimbra e Lisboa.
Em comunicado, a MMP revelou os nomes dos novos diretores do Museu de Alberto Sampaio (em Guimarães), Paço dos Duques e Castelo de Guimarães, Museu Nacional Machado de Castro (Coimbra), Museu Nacional do Azulejo, Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém, Museu Nacional de Arqueologia, Museu Nacional do Teatro e da Dança e Laboratório José de Figueiredo (todos em Lisboa). A empresa pública anunciou ainda a renovação do mandato da curadora da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, Sandra Vieira Jürgens.
Atualmente conservadora no Museu Municipal de Esposende, Maria de Lurdes Rufino irá assumir a direção do Museu de Alberto Sampaio.
“Licenciada em História de Arte, com pós-graduação em Museologia, tem um percurso profissional ligado à área da museologia, tendo desempenhado funções em instituições museológicas da administração central, local e da Igreja, entre as quais o Mosteiro de São Martinho de Tibães, em Braga, que coordenou entre 2014 e 2019, o Theatro Circo de Braga, onde foi administradora não executiva”, lê-se no comunicado da MMP.
Para dirigir o Paço dos Duques e Castelo de Guimarães foi escolhido Milton Pacheco, investigador na área da arquitetura religiosa e do Santo Ofício. Licenciado e mestre em História da Arte pela Universidade de Coimbra, está atualmente a trabalhar na Casa-Museu Elysio de Moura, em Coimbra, para onde entrou desde 2016, tendo ainda trabalhado como assessor no Departamento dos Bens Culturais da Diocese de Coimbra.
O Museu Nacional Machado de Castro passará a ser dirigido por Sandra Saldanha, que tem “vasta experiência académica e profissional dos domínios da história de arte, património e promoção cultural”.
De acordo com a MMP, Sandra Saldanha, doutorada em História da Arte pela Universidade de Coimbra, “pertence ao Centro de História da Sociedade e da Cultura, dedicando atividade científica à investigação da arte portuguesa na Idade Moderna”.
A escolha para a direção do Museu Nacional do Azulejo recaiu em Rosário Salema de Carvalho, investigadora no ARTIS–Instituto de História da Arte, especialista em azulejaria portuguesa, que coordena atualmente os projetos relacionados com os estudos e inventário do azulejo, em colaboração com o museu.
Rosário Salema de Carvalho tem um mestrado em Arte, Património e Restauro e é doutorada em História pela Universidade de Lisboa, com trabalhos dedicados à azulejaria do século XVII.
O Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém continuarão a ser dirigidos por Margarida Donas Botto, que é diretora daqueles monumentos desde maio, tendo substituído no cargo a atual ministra da Cultura, Dalila Rodrigues.
Licenciada em História e mestre em Recuperação do Património Arquitetónico e Paisagístico, Margarida Donas Botto “tem vasta experiência na área do património cultural, tendo exercido funções na ex-Direção-Geral do Património Cultural e, mais recentemente, na MMP”.
Também o diretor do Museu Nacional de Arqueologia continuará a ser o mesmo. António Carvalho dirige aquele equipamento desde 2012.
“Historiador de formação, iniciou a sua atividade em arqueologia em 1983 tendo dirigido diversas campanhas arqueológicas e realizado extensa investigação na área. Foi diretor do Departamento de Cultura da Câmara Municipal de Cascais entre 2002 e 2012, e integra atualmente o Conselho Científico da Fundação Côa Parque”, recorda a MMP.
Para dirigir o Museu Nacional do Teatro e da Dança foi escolhida Mariana Viterbo Brandão, atual diretora de produção do Arena Ensemble e diretora artística do Festival Temps d’Images.
Formada em Dança e em História da Arte, Mariana Viterbo Brandão é investigadora e docente universitária na área de performance e história da dança, “campo sobre o qual concluiu tese de doutoramento”. “Com uma trajetória académica e artística diversificada, é investigadora no Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes”, refere a MMP.
Por fim, para a direção do Laboratório José de Figueiredo foi escolhido Rui Câmara Borges, doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais, com especialização em ligas de prata portuguesa dos séculos XV a XVII, e mestre em Conservação e Restauro, que desenvolve trabalho e investigação nas áreas de conservação de metais antigos e tecnologias de produção histórica.
Rui Câmara Borges é presidente da Associação Profissional de Conservadores-restauradores e dá aulas na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
Os novos diretores irão assumir funções entre janeiro e março de 2025, para mandatos com a duração de três anos.
De acordo com a MMP, estas nomeações “assinalam um novo ciclo de crescimento e promoção da cultura, da arte e do património, procurando reforçar o compromisso com os processos de democratização, internacionalização e inovação dos monumentos e museus nacionais”.
No início deste ano, entrou em vigor a nova orgânica do património cultural em Portugal, com a extinção da Direção-Geral do Património Cultural e a entrada em funções de duas novas entidades: a empresa pública MMP e o instituto público Património Cultural.
De acordo com o decreto-lei que criou a MMP, publicado em setembro do ano passado, a empresa teria até junho deste ano para lançar os concursos internacionais para as direções dos equipamentos que gere, apesar de, em vários casos, estas terem sido alvo de concursos recentemente.
A primeira fase de concursos abriu em agosto, para o Laboratório José de Figueiredo, para o Museu de Alberto Sampaio e para o Paço dos Duques e Castelo de Guimarães.
O cronograma então divulgado previa que a decisão sobre a pessoa vencedora aconteceria até 05 de novembro, com a entrada em funções em 15 de novembro.