Iúri Leitão: “Nada mudou no ciclismo de pista, mas espero que mude para melhor”

Campeão olímpico de Viana do Castelo
Foto: Joca Fotógrafos / O MINHO

Apesar de conquistar o ouro olímpico em Paris 2024 e de elevar o nome de Portugal no ciclismo de pista, Iúri Leitão, natural de Viana do Castelo, afirma que a realidade da modalidade no país permanece inalterada.

Em entrevista ao jornal O JOGO, o campeão olímpico, que marcou a história do desporto nacional, lamenta que o feito ainda não tenha traduzido mudanças significativas no apoio e desenvolvimento da seleção de pista.

Quando questionado sobre os reflexos da sua medalha de ouro, Iúri foi claro: “Ainda nada mudou na seleção de pista. Esperemos que venha a mudar para melhor. Talvez seja uma questão de tempo”.

Entre as propostas para reorganizar a seleção de pista, a ideia de um contrato-programa próprio para a modalidade é vista como promissora. “Essa ideia, se não me engano, partiu do nosso selecionador. Será muito mais organizado trabalhar dessa forma, tendo tudo bem definido. Com um contrato-programa saberíamos exatamente com o que contar e seria melhor para nós em termos financeiros, dando-nos alguma estabilidade”, defende Leitão.

Apesar do prestígio das conquistas recentes, a realidade financeira dos ciclistas de pista em Portugal continua longe de ser ideal. “Só fazer ciclismo de pista, não. Se não fosse o Programa Olímpico, que é financiado pelo Governo através do IPDJ, não tínhamos qualquer tipo de financiamento. Estaríamos a competir de borla”, afirma Iúri.

Revela ainda que, mesmo integrando a seleção, a atividade não é vantajosa financeiramente: “Também não temos nada que pagar, como é lógico, mas ser ciclista de pista, mesmo na Seleção, não é vantajoso financeiramente”.

 
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