O IPCA- Instituto Politécnico do Cávado e Ave participa, em parceria com a Universidade do Minho e a Câmara de Braga, no projeto de transformação do edifício da antiga fábrica Confiança em residência universitária com 650 camas, um investimento de 18 milhões de euros.
Contactada pelo O MINHO, a presidente do Instituto, Maria José Fernandes, revelou que o polo de Braga terá mil alunos no próximo ano letivo, muitos deles deslocados de outras regiões, pelo que a existência de uma estrutura residencial na cidade “é uma excelente notícia”.
Já o presidente da Câmara de Braga Ricardo Rio adiantou a O MINHO que “o projeto, a apresentar ao Governo até 15 de setembro no quadro do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), duplica a oferta em termos de quartos para estudantes universitários, uma das carências atuais mais gritantes”. O custo final será de 18 a 20 milhões de euros.
“Ainda agora foi notícia o abandono de 14 mil alunos do ensino superior, por falta de meios para o frequentar. A nova residência colmatará uma dessas lacunas, contribuindo para menos abandono nas nossas universidades”, sublinhou.
Oposição critica
O autarca classifica a iniciativa como “uma solução excelente para a cidade”, mas a oposição, PS, CDU e BE criticam, com os socialistas a dizer que apresentarão a sua própria solução para o edifício, os comunistas a afirmar que preferiam um equipamento cultural e o BE a acusar Câmara e a UMinho de atentado grave ao património e a dizer que será uma estrutura privada dirigida a alunos da classe média alta e não aos mais necessitados.
Também a Plataforma de cidadãos Salvar a Confiança veio exigir um debate público, pedindo que se invertam os projetos anunciados, ou seja, que a antiga Escola Francisco Sanches seja requalificada para residência estudantil e a Confiança se adapte a centro cívico e cultural.
Sobre as críticas do BE, Ricardo Rio nega que a residência seja para alunos ricos: “funcionará nos moldes das atuais residências públicas com os mesmos preços. Aliás, se assim não fosse, a candidatura seria rejeitada”, assegura.
Conforme já noticiámos, o projeto arquitetónico prevê a manutenção da fachada e de alguns equipamentos fabris.
Além dos quartos inclui restaurante, ginásio, spa, e salas de trabalho e de lazer. A gestão ficará a cargo da UMinho e do IPCA, no quadro de um contrato a elaborar.