Investigadora da UMinho ganha prémio de 40 mil euros para combater doença de Alzheimer

Ivone Martins
Foto: DR

Utilizar tecnologia baseada em bacteriófagos (ou fagos – vírus de bactérias), para intervir precocemente na degeneração neuronal associada ao Alzheimer. É este o objetivo do projeto coordenado pela investigadora Ivone Martins, do Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho, que foi premiado com 40 mil euros na categoria de Saúde Humana na V Edição Internacional dos Prémios Zendal, atribuídos pelo grupo farmacêutico com sede em Espanha e presença em 65 países.

O método, que está a ser desenvolvido pelo grupo do CEB, conhecido pela sua segurança e eficácia representa uma nova esperança para o diagnóstico numa fase inicial, além de apresentar um elevado potencial terapêutico.

Em comunicado, o CEB explica que a doença de Alzheimer, que é a causa mais comum de demência a nível mundial, tem vindo a tornar-se cada vez mais frequente com o envelhecimento da população.

O que o HERCULES – Bacteriófagos para combater a doença de Alzheimer propõe é uma alternativa eficaz para identificar esta condição, muito antes de surgirem os primeiros sintomas, e tentar inibir a progressão da doença.

Usados para combater infeções bacterianas há mais de um século, os fagos têm vindo também a servir como veículos para administração de compostos terapêuticos de forma dirigida, dada a sua facilidade de manuseamento e versatilidade de manipulação. No âmbito deste projeto do CEB, em colaboração com a Universidade de Amesterdão, fagos manipulados geneticamente são utilizados para detetar um peptídeo responsável pela degeneração neuronal que acontece no tecido cerebral, e que começa a formar-se muitos anos antes dos primeiros sintomas.

A investigação propõe a realização de ensaios pré-clínicos de validação em ratinho da capacidade terapêutica dos fagos desenvolvidos, uma vez que esta tecnologia mostrou elevado potencial para evitar seletivamente a formação desse peptídeo nas fases iniciais da doença, podendo atrasar ou até mesmo inibir o aparecimento da mesma.

Com 123 candidatos de 10 países diferentes, a edição deste ano contou com a participação de um júri de prestígio, composto por especialistas reconhecidos nas áreas da Biotecnologia e da Saúde, que avaliaram as iniciativas com base na sua qualidade científica e no seu impacto social.

Os International Zendal Awards, promovidos pelo grupo farmacêutico ZENDAL, visam reconhecer a excelência da investigação e inovação em Biotecnologia, premiando os melhores trabalhos nos domínios da saúde humana e animal.

“Com esta conquista, o CEB reafirma o seu compromisso com o desenvolvimento de soluções inovadoras capazes de gerar um impacto positivo na sociedade, contribuindo para o progresso científico e para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos”, conclui o comunicado.

 
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