Raul Machado, professor e investigador auxiliar no Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Universidade do Minho, está a desenvolver materiais que podem revolucionar o estado de doentes com feridas graves ou crónicas.
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O objetivo é evitar a utilização de antibióticos e outros agentes no tratamento de feridas e contornar a problemática da resistência antimicrobiana com recurso a materiais naturais.
De acordo com o investigador, natural de Guimarães, a pesquisa foca-se no desenvolvimento de materiais biotecnológicos que utilizam a natureza como inspiração.
“A tecnologia que temos vindo a desenvolver prende-se no desenvolvimento de materiais biológicos inspirados nas proteínas que se encontram na natureza, como a seda ou a elastina e a sua funcionalização com péptidos na atividade antimicrobiana”, explica Raul Machado.
Desta forma, o uso de antibióticos e outros agentes que possam ser “menos biocompatíveis” é evitado, podendo ser contornado com resistência antimicrobiana.
“Até agora, desenvolvemos fibras com atividade antimicrobiana, assim como filtros transparentes que permitem monitorizar a evolução de uma ferida”, sublinha.
Estes materiais mostram-se “extremamente eficientes a eliminar microrganismos clinicamente relevantes, sem demonstrar ciotoxicidade contra as células da pele”.
“No futuro, iremos focar-nos no desenvolvimento de hidrogeis funcionais e na incorporação de agentes terapêuticos para acelerar o processo de cura”, revela.
De acordo com a descrição no seu site, o Centro de Biologia Molecular e Ambiental é uma Unidade de Investigação e Desenvolvimento criada em 2008, financiada pela Fundação de Ciência e Tecnologia(FCT) e localizada na Escola de Ciências da Universidade do Minho.
Tem como missão a “investigação de excelência e formação avançada em Ciências Biológicas, promovendo a literacia científica e a transferência de conhecimento a nível nacional e internacional”.