São quatro e têm idades entre os 19 e os 30 anos. Em junho deste ano agrediram um outro jovem, por motivos fúteis, a murro e a pontapé, e com objetos cortantes de vidro no café do Grupo Cultural e Recreativo da Atouguia.
Foram detidos segunda e terça-feira pela PSP e, hoje, depois de ouvidos pelo juiz de Instrução do Tribunal de Guimarães, ficaram com as seguintes medidas de coação: Apresentações diárias na PSP local, entre as 17:00 e as 21:00, e proibição de contactos por qualquer meio com o ofendido e sua família. E ainda proibição de frequentar o café onde ocorreram os factos.
Contactado a propósito, o advogado João Ferreira Aráujo, de Braga, que defende um dos envolvidos considerou que a exigência judicial de “apresentações diárias” é “manifestamente excessiva e desproporcionada”.
Fonte ligada ao processo disse a O MINHO que os arguidos estão indiciados pelo crime de ofensa à integridade física qualificada por terem ido, a 01 de junho, pelas 22:00, ao dito café em Atouguia, onde estava a vítima, de nome Rúben, com a namorada.
Aí, um dos jovens de nome Miguel M., sem mais nem menos, deu um soco numa chapa, o que assustou os presentes.
Nesse momento, a companheira do Rúben interpelou-o sobre o assunto tendo ele respondido: “Cala-te p*ta!”
Aí, Rúben disse ao Miguel que tinha “falhado” com aquela atitude, o que levou este a mandar-lhe um soco, que não o atingiu porque se desviou. E a coisa ficou por aí.
Regressaram no dia seguinte
Só que, no dia seguinte, pelas 16:00, Miguel, na companhia de outros três, um deles seu irmão, dirigiu-se, de novo ao café com o intuito de agredir Rúben. Ao chegarem, e vendo-o na esplanada, desataram a correr na sua direção, tendo ele fugido para dentro do estabelecimento.
Apesar disso, e munidos de vários objetos – alguns de vidro – atingiram-no na zona do pescoço e em todo o corpo desferindo vários muros e pontapés. Como a vítima tentasse tapar a zona do pescoço, deram-lhe pancadas na mão, uma delas com um vidro, o que lhe atingiu o tendão do dedo médio.
Os agressores só pararam quando um dos clientes gritou, dizendo que já tinham chamado a PSP.
O Rúben teve de ser atendido no Hospital da cidade com cortes no pescoço e nas mãos e com equimoses no corpo.
Pais envolvidos em ameaças
Na semana seguinte, e de forma diária, – diz, ainda, fonte judicial – o pai e a mãe do Miguel M. foram ao café, ver se arranjavam o número de telefone da vítima e dizendo aos presentes que “se ele não retirasse a queixa lhe iam ‘fazer a folha'” e que fariam o mesmo a quem testemunhasse.
Depois disso, e de forma assídua, quer os arguidos – o Miguel e um irmão de 19 anos, o Levi – quer os pais andaram a perguntar pela vítima no bairro onde vive, perguntando se sabiam onde estava.
A última vez que tal terá sucedido foi a 14 de setembro.
Comunhão de esforços
O Ministério Público considera que os arguidos “atuaram em comunhão de esforços com um plano gizado para molestar fisicamente o Rúben, sabendo que o faziam por motivo fútil”.
O processo segue, agora, para inquérito-crime e, em caso de acusação, para julgamento.