O Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), em Braga, pretende investir, nos próximos três anos, cerca de 5 milhões de euros numa investigação que visa criar um dispositivo para testes “rápidos, práticos e eficazes” em situações de pandemia.
Lorena Diéguez, coordenadora da área da saúde do INL e uma das investigadoras envolvidas naquele projeto, disse hoje à Lusa que aquele dispositivo permitirá prever a gravidade que o vírus atingirá em cada pessoa.
“A grande vantagem é que, para fazer o teste, não será preciso fazer chegar as recolhas a nenhum laboratório especializado e certificado. O teste poderá ser feito em qualquer lado, como centros de saúde, aeroportos ou fábricas, e numa hora o resultado é conhecido”, explicou.
A candidatura para a investigação vai ser entregue na terça-feira, ficando depois o avanço dependente da aprovação e do respetivo financiamento.
O projeto envolve centros de investigação e empresas tecnológicas de Portugal, Espanha, Dinamarca, Grécia e Alemanha, podendo ainda ser alargado a uma entidade francesa.
“Naturalmente, não chegaremos a tempo de acudir à pandemia da covid-19, mas o dispositivo é facilmente aplicável a outra qualquer virose, bastando para tanto adaptar os reagentes usados no chip”, disse ainda Lorena Diéguez.
No fundo, explicou, o dispositivo consistirá numa “pequena máquina” e num chip descartável.
À Lusa, fonte oficial do INL disse que este laboratório ibérico abriu posições para dez novos engenheiros de investigação e também dois investigadores, para reforçar a capacidade de desenvolver novos projetos e fortalecer as capacidades internas, nomeadamente no setor de saúde.
Um setor, sublinha, “que se tornou agora ainda mais crítico, após desafios globais que todos enfrentamos perante o surgimento da covid-19”.
“A contratação de novos investigadores vai ser particularmente benéfica em áreas como o diagnóstico e o desenvolvimento de protótipos”, acrescentou.
Citado em comunicado, o diretor-geral do INL, Lars Montelius, refere que o laboratório está consciente da sua responsabilidade, “mais ainda agora que todas as atenções e esperanças se voltam para a ciência e para aqueles que trabalham para resolver problemas complexos, como é a pandemia que mudou a forma como vivemos em todo o mundo”.
“É por isso que precisamos de mais pessoas para desenvolver e fazer acontecer a ciência para o benefício de todos. Este é o momento de fortalecer a ciência, e o INL está totalmente comprometido com essa missão”, disse ainda.