As chamas em Cabeceiras de Basto obrigaram à retirada de pessoas das suas casas, informou a Proteção Civil.
Num balanço a nível nacional, a Proteção Civil indica que cerca de 70 pessoas tiveram de ser retiradas e pelo menos cinco imóveis, incluindo habitações, foram atingidos pelas chamas em diferentes incêndios rurais que deflagraram entre domingo e hoje nas regiões Norte e Centro.
Em conferência de imprensa, às 13:00, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, indicou que as evacuações foram registadas nos fogos de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga e Cabeceiras de Basto, e têm “corrido dentro do expectável”, com a colaboração das populações.
Referindo que a contabilização dos danos divulgada neste ‘briefing’ poderia ter de ser atualizada, o responsável indicou que, em Sever do Vouga, arderam uma habitação e um anexo agrícola, em Cabeceiras de Basto uma habitação [mas entretanto ardeu outra] e, num outro fogo em Albergaria-a-Velha, um turismo rural e, de forma parcial, uma habitação.
Entretanto, o presidente da Câmara de Cabeceiras de Basto deu conta de alguns focos de incêndio que foram surgindo nas últimas horas no concelho, nomeadamente perto do centro da vila, acrescentando que várias pessoas foram retiradas das suas casas “por precaução” e levadas para zonas seguras, sublinhando a “colaboração” dos moradores.
Francisco Alves confirmou que as chamas “destruíram totalmente duas casas habitáveis, uma de primeira habitação”, e que uma outra foi “parcialmente consumida pelas chamas”, assumindo a disponibilidade do município para a eventualidade de alguém necessitar de realojamento.
Quanto aos meios no local, o autarca falou em cerca de 160 operacionais apoiados por 45 veículos e dois meios aéreos, salientando que o vento “é muito forte e que muda constantemente de direção”, complicando o combate às chamas.
“Os meios aéreos não conseguem atuar, pois há fumo por todos os lados. A visibilidade é quase nula, e os meios aéreos vão operando e fazendo as descargas onde é possível”, explicou o autarca, compreendendo que os meios foram enviados “quando foi possível enviar”, devido aos incêndios que lavram no país.
Autoestradas cortadas
No distrito de Aveiro, as chamas obrigaram a cortes de trânsito nas autoestradas A25, A1 (incluindo no nó com a A41), A29, A17 e A32 e no Itinerário Complementar (IC) 2, além de motivarem alguns condicionamentos ferroviários.
“A situação não está fora do controlo. A situação está muito complexa”, resumiu o comandante nacional da Proteção Civil, sublinhando que é necessário reduzir o número de ignições, que afetam sobretudo as regiões Norte e Centro.
Pelas 13:00, estavam cerca de 3.500 operacionais envolvidos diretamente nas ações de socorro.
Notícia atualizada às 15h01 com declarações do autarca de Cabeceiras de Basto.