IL quer liberalização dos transportes

Foto: Lusa

De Setúbal a Lisboa, o presidente da IL apanhou o metro e o cacilheiro para mostrar que a liberalização dos transportes “é o caminho” para que o Tejo deixe de funcionar como uma “barreira para quem quer deslocar-se entre margens”.

O décimo dia da campanha da IL para as eleições legislativas de domingo começou bem cedo com Rui Rocha a apanhar o metro de superfície no Pragal e, depois, o barco em Cacilhas, ambos no distrito de Setúbal, em direção ao Cais do Sodré, em Lisboa, para demonstrar que a solução é a liberalização dos transportes do Tejo para dar “mais oferta e mais qualidade de serviço” aos utilizadores.

“Nós queremos salientar que, nesta região, há um forte condicionamento da vida das pessoas pela falta de soluções de transporte”, disse o dirigente liberal aos jornalistas, após uma curta viagem de metro onde ouviu Helena Duarte queixar-se da frequência e da supressão dos transportes.

Já a caminho de Cacilhas, Rui Rocha cruzou-se com Luís Medeiros que se mostrou satisfeito com a descida do preço dos transportes, mas não com o serviço atual, apontando as constantes supressões.

Perante isto, Rui Rocha referiu que há um conjunto de obras de extensão do metro que ainda não está sequer a andar, o que considerou criticável, e depois há um transporte fluvial que é assegurado em exclusivo por uma empresa.

Com a IL, garantiu, haverá expansão do metro da margem Sul, liberalização do transporte fluvial e devolução do valor do passe correspondente aos dias de greve ou supressão.

“O Tejo, neste momento é, de alguma maneira, uma barreira para as pessoas que querem deslocar-se entre margens e nós queremos que passe a ser uma autoestrada, passe a ser uma ligação que une as duas margens e não que cause bloqueio à vida das pessoas”, reforçou.

Por isso, o dirigente liberal entendeu que este transporte fluvial entre margens deve ser liberalizado e aberto, dando como exemplo a liberalização da ligação rodoviária entre Lisboa e Porto que trouxe mais oferta e preços mais baixos.

E explicou: “Onde há concorrência deve haver privatização, onde não há concorrência deve haver concessão e, portanto, é uma questão a avaliar em função desse processo de liberalização que nós queremos fazer”.

Rui Rocha insistiu que, se houver condições para concorrência, liberaliza o mercado, se não houver concessiona.

“Esse é o caminho porque nós não gostamos de monopólios, sejam eles estatais, sejam eles privados e, portanto, nós queremos é que haja concorrência”, ressalvou.

Na opinião do presidente da IL é “perfeitamente possível” prestar serviços públicos num cenário de privatização, de liberalização e de concorrência”.

Quem concorda com esta visão é Rafael Cunha, de 21 anos, que, sentado ao lado de Rui Rocha no barco, confidenciou ter votado IL nas últimas legislativas por se identificar com as suas propostas e Chega nas presidenciais, motivo pelo qual entenderá um acordo com o partido de André Ventura se isso for “mesmo inevitável”.

Ao lado seguia Rosalina Trilho que, trabalhando na baixa de Lisboa, recorre todos os dias aos transportes públicos, nomeadamente ao barco “com o qual nunca sabe com o que contar”, tantas são as falhas de serviço.

O desabafo desta utente, que confidenciou estar no grupo dos indecisos, proporcionou a Rui Rocha a oportunidade de dizer que “com a IL isso não acontecerá”.

 
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