O presidente da Iniciativa Liberal manifestou hoje a disponibilidade do seu partido “para ser parte” de uma solução governativa e considerou que “tem sido muito claro sobre com quem se pode entender e com quem não” o fará.
“A IL tem sido muito clara sobre com quem se pode entender e com quem não se entende, e eu vejo com bons olhos que essa clarificação esteja também agora a ser feita, ao fim de algum tempo, por outros partidos”, afirmou, em declarações aos jornalistas à margem de uma visita a uma creche no concelho de Oeiras (distrito de Lisboa).
Rui Rocha indicou que o seu partido vai apresentar-se a eleições “com listas próprias e está muito disponível para ser parte da solução” e “será sempre parte da solução, de forma responsável, mas exigente”.
“A partir do momento em que tudo é mais claro, então é o momento em que podemos dizer que essa solução e essa alternativa está em condições de avançar”, afirmou o liberal.
Considerando que o Presidente da República quer uma clarificação quanto a possíveis soluções futuras de governo, Rui Rocha frisou que “essa clarificação a IL fez muito cedo”.
“Nós fomos muito claros sobre com quem nos entendíamos e com quem não nos entendíamos”, sustentou.
O líder da IL considerou que o país precisa de “uma transformação”, considerando que “a mera alternância não serve”.
“Não vale a pena trocar um governo por outro se não for para mudar a política, para mudar o país. É isso que a IL garante”, realçou.
Rui Rocha apontou que o seu partido “acelera essa solução e essa alternativa que é absolutamente fundamental para o país”, mas alertou que “há forças políticas que fazem parte da solução e outras que às vezes fazem muito barulho, são muito estridentes, mas que em anda contribuem para a alteração do país”.
No dia em que o PS assinala o 50.º aniversário, o presidente da Iniciativa Liberal considerou que “uma boa prenda para os portugueses” seria “uma alternativa política” e “fazer com que o PS saísse do poder brevemente, porque a solução política que o PS tem para apresentar à sociedade portuguesa está absolutamente esgotada”.
“O PS foi um partido muito importante na instalação da nossa democracia, isso acho que é um património que ninguém lhe retira, mas é também muito responsável pela estagnação política, social, económica que o país atravessa”, justificou.
Sobre o tema das creches, Rui Rocha considerou que a medida de creches gratuitas anunciada pelo Governo “é uma falácia, não está a acontecer no terreno”, sendo “mais uma manobra de propaganda do Governo”, e criticou também a existência de “um conjunto de restrições burocráticas de processo muito longos de licenciamento”.
O líder liberal pediu mais agilidade e menos burocracia e instou o Governo a “perder a visão ideológica”, defendendo que os pais devem ser opção de escolha se colocam os filhos numa creche pública ou privada.
Há uma semana, o Presidente da República voltou a afastar a hipótese de dissolução, invocando a conjuntura e falta de “uma alternativa óbvia em termos políticos”, e Luís Montenegro respondeu depois a Marcelo Rebelo de Sousa, que tinha assegurado não estar no bolso nem do Governo nem da oposição.
Na sexta-feira, em entrevista à CNN o presidente do PSD rejeitou que o partido possa fazer acordos de Governo ou ter o apoio de “políticas ou políticos racistas ou xenófobos, oportunistas ou populistas”.