A IL defendeu hoje no parlamento que o programa de Governo é “ofensivo” por estar “desenhado para não ofender ninguém” e pediu um “choque de gestão no Estado”, acrescentando que o PSD mantém país “preso a décadas de atraso”.
No encerramento do debate do programa do XXV Governo Constitucional, a líder parlamentar da IL, Mariana Leitão, defendeu que o país “não tem tempo para programas vazias” e “não tem margem para governos sem ambição”, salientando que o país precisava de um programa ambicioso e recebeu um “texto tímido, vago que foge às grandes decisões e repete as fórmulas falhadas do passado”.
“Este programa não é mais do que um exercício de equilíbrio político. Um catálogo de intenções cuidadosamente desenhado para não ofender ninguém. Mas é precisamente isso que o torna ofensivo. Porque ao evitar escolhas difíceis, abdica de liderar”, atirou a também candidata à liderança dos liberais.
Mariana Leitão afirmou que “Portugal precisava de um rutura” mas acabou por receber, “mais uma vez, um remendo”, garantindo que a IL se apresenta como a “oposição mais clara e consequente a este Governo” e acusando o executivo de falta de coragem no seu programa.
Para a líder da bancada da IL, o país precisa de um “choque de gestão no Estado” focado na transparência, responsabilização e exigência e que “sabe sair do caminho quando não é necessário”.
Mariana Leitão disse também que o “Estado, tal como está, é um obstáculo ao progresso” e que “enquanto o PSD continuar a gerir o sistema, Portugal continuará preso a décadas de atraso”, uma vez que os sociais-democratas, acrescentou, “não querem reformar o Estado” e apenas uma “gestão mais competente do imobilismo”.
“O Estado que temos é o maior entrave ao futuro de Portugal. E o país já não aguenta mais governos que têm medo de enfrentar o sistema que os alimenta. O país precisa de reformas, não de planos inconsequentes”, atirou.
Na educação, a IL acusa o Governo de repetir o erro de “ignorar a falta de autonomia das escolas”, na habitação de errar ao “confiar no Estado como promotor” de construção e lamentou que, na fiscalidade, o executivo não avance com uma “redução gradual e consequente” no IRS e mantenha o “sufoco fiscal”.
Mariana Leitão sublinhou ainda que o que separa os liberais do Governo é a “coragem para cortar o que está a mais” e na “parte do Estado que é inútil” para “libertar recursos para aquilo que importa” como uma “justiça célere, educação exigente, saúde universal e segurança eficaz”.