O líder da iniciativa Liberal (IL) disse hoje que Portugal tem um “equilíbrio frágil” das contas, pelo que está “mais exposto a movimentos de subidas de taxas de juro”, decididos pelo Banco Central Europeu (BCE), defendo menos carga fiscal.
“Nós temos uma situação que, do ponto de vista do equilíbrio das nossas contas, continua a ser frágil e isso tem depois consequências e estamos mais expostos a movimentos de subidas de taxas de juro, e isso é, de facto, um problema para Portugal”, disse o presidente da IL, Rui Rocha.
Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas à margem da cimeira do grupo parlamentar Renovar a Europa, a anteceder Conselho Europeu, apontou que, “para o bem ou para o mal, a capacidade de Portugal influenciar a política de taxas do BCE é relativamente reduzida”.
“Agora há uma coisa que nós temos capacidade de influenciar internamente, que é a questão dos impostos”, referiu Rui Rocha.
“Nós temos superado recordes de tributação, nomeadamente rendimentos sobre o trabalho, continuamos a ter um Governo que arrecada recordes também em termos de impostos e os portugueses estão com problemas. […] As poupanças estão a ser retiradas, a um ritmo muito assinalável, da banca e o saco de compras dos portugueses chega sai do supermercado cada vez mais vazio e entretanto, temos Estado com arrecadação de impostos recordes, e é aqui sim é onde nós podemos atuar”, frisou o líder da bancada liberal.
Rui Rocha insistiu que é “onde o país tem capacidade de atuação direta e, portanto, é uma urgência nacional que a carga fiscal, nomeadamente a carga fiscal sobre o trabalho, seja reduzida”.
“É isso que a Iniciativa Liberal tem defendido e é isso que continuaremos a defender com muita veemência porque não faz sentido que haja cada vez mais dinheiro nos cofres do Estado e cada vez menos dinheiro nos bolsos dos portugueses”, adiantou.
Em causa está o diagnóstico feito pela presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, na abertura do Fórum BCE, que terminou na quarta-feira em Sintra, quando alertou que o processo inflacionista se está a tornar mais persistente e sinalizou que as taxas se deverão manter altas, descartando que, num futuro próximo, o banco central declare que a taxa máxima foi atingida.
A presidente do BCE também alertou para o impacto que a subida das margens das empresas teve na inflação, referindo que os aumentos salariais também estão a pressionar os preços.