A Iniciativa Liberal defendeu hoje que o Presidente da República “amarrou a avaliação do seu mandato” aos próximos meses de governação do primeiro-ministro, considerando que os dois são agora corresponsáveis pelo que acontecer “nos próximos tempos”.
“O primeiro-ministro amarrou o seu destino político a João Galamba, o Presidente da República amarrou a avaliação deste seu mandato aos próximos tempos de governação de António Costa”, defendeu o presidente da IL, Rui Rocha, no parlamento, em reação à comunicação ao país de Marcelo Rebelo de Sousa.
A partir de agora, continuou, “são ambos – Presidente da República e primeiro-ministro – corresponsáveis por tudo o que vier a acontecer nos próximos tempos do ponto de vista da solução governativa”.
O líder liberal afirmou que o chefe de Estado português fez uma avaliação da governação de Costa “absolutamente arrasadora”, tendo colocado em causa “a credibilidade, a autoridade, a respeitabilidade da solução governativa”.
No entanto, sinalizou, “a visão de futuro que o senhor Presidente da República apresenta é completamente contraditória com o diagnóstico e avaliação arrasadora que fez do Governo”, discordando da decisão de Marcelo e considerando que se devia “devolver aos portugueses a possibilidade de decidirem o seu futuro” e que “em democracia há sempre alternativas”.
O Presidente da República prometeu hoje que estará “ainda mais atento e mais interveniente no dia a dia” para prevenir fatores de conflito que deteriorem as instituições e “evitar o recurso a poderes de exercício excecional”.
Numa comunicação ao país a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que não deseja usar os poderes que a Constituição lhe confere para interromper a governação, mas frisou que não abdica deles.