IL considera que campanha é para discutir propostas e não “decidir coligações”

Legislativas 2025
Foto: Diogo Ventura/Observador/POOL

O líder da IL considerou hoje que a campanha eleitoral não é o momento para “decidir coligações”, mas para discutir propostas, e avisou a esquerda que não “vale a pena vir agitar papões” sobre o projeto do seu partido.

Em declarações aos jornalistas no final de uma arruada no centro de Lisboa, Rui Rocha foi questionado sobre porque é que não tenciona estabelecer linhas vermelhas para um eventual acordo pós-eleitoral com a AD.

“Este momento de campanha é um momento para apresentar propostas. Nós não estamos aqui a decidir coligações, estamos a decidir a representação dos partidos na Assembleia da República e, portanto, cada coisa tem o seu tempo. Estaria a fazer um mau serviço ao país se estivesse neste momento a falar só de cenários”, respondeu o líder da IL.

Rui Rocha salientou que lhe cabe apresentar “as propostas reformistas da IL” e dizer aos portugueses que é possível ter “um país melhor, com mais força, com mais capacidade” para reter os jovens.

Questionado se não considera, contudo, que seria mais transparente da sua parte se esclarecesse aos eleitores se admite coligar-se com a AD, Rui Rocha disse que a sua posição é “absolutamente transparente”.

“Nós fomos, temos sido e seremos absolutamente responsáveis. Saberemos interpretar as decisões dos portugueses, saberemos estar à altura das circunstâncias”, reiterou, considerando que “não há nada mais claro” do que essa posição e desafiando os jornalistas a perguntarem aos outros partidos “se estão à altura ou não dessa responsabilidade”.

“A esses é que têm de perguntar o que é que vão fazer no dia seguinte. Apresentam outra vez moções de confiança, moções de censura, vão outra vez trazer o país para a instabilidade?”, interrogou.

Confrontado com declarações que fez esta manhã no debate das rádios, em que criticou os “papões da esquerda”, o líder da IL defendeu que os partidos de esquerda têm “uma absoluta falta de soluções para o país”.

“E quem tem falta de soluções depois refugia-se na tentativa de criar papões, de criar medo, de dizer às pessoas que, do outro lado, do lado onde estão as soluções, do lado da IL, há coisas que não estão no programa da IL”, criticou.

Rui Rocha referiu que, hoje, no debate das rádios, o porta-voz do Livre, Rui Tavares, criou um novo “papão” – de que a direita, junta, poderá querer rever a Constituição na próxima legislatura caso tenha dois terços dos deputados –, a que se acrescentam outros que considerou que a esquerda já tinha apresentado, designadamente relativos ao sistema de saúde ou a um eventual regresso da austeridade.

“Não vale a pena agitar papões, não vale a pena vir com medo. O medo não é bom conselheiro. Deste lado há confiança, há vontade de mudar o país e trazer políticas testadas que possam fazer com que os nossos jovens encontrem aqui aquilo que procuram lá fora”, disse.

 
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