Igreja do Mosteiro de S. Miguel de Refojos restaura quatro altares rumo a título mundial

As obras de restauro de quatro altares da Igreja do Mosteiro de S. Miguel de Refojos, em Cabeceiras de Basto, que significaram um investimento de 82 mil euros, foram inauguradas esta quinta-feira, informou fonte municipal.

Paralelamente, terminaram também esta semana os trabalhos de limpeza de infestantes existentes nas paredes exteriores do mosteiro, bem como as pinturas na fachada da igreja.

No comunicado, a câmara sublinha que estas intervenções “valorizam” aquele ex-líbris do concelho, que espera ver reconhecido como Património Cultural da Humanidade.

As obras de restauro dos quatro altares duraram cinco meses e consistiram na limpeza, conservação e remoção dos repintes, janelões e respetivas sanefas.

A intervenção incidiu nos altares de Santa Quitéria, Santas Mães, Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora das Dores.

Na inauguração, o presidente da câmara, Francisco Alves, realçou o trabalho que o município tem vindo a desenvolver “desde há largos anos” na conservação e restauro do mosteiro, designadamente ao nível do órgão de tubos, coro alto, telhados, claustros e núcleo de arte sacra na antiga sacristia.

Com origem no século VII, aquele monumento ganhou importância como mosteiro beneditino no século XII, estando ligado à fundação de Portugal.

A câmara quer agora vê-lo classificado pela Unesco como Património Cultural da Humanidade.

O município destaca a “dimensão histórica” do mosteiro, que foi gerador de povoamento e de desenvolvimento humano das Terras de Basto, assumindo-se como um “testemunho ativo e vivo” dos principais acontecimentos da história de Portugal.

Dá também ênfase ao cálice de prata dourada do mosteiro, com data de 1152 e classificado de Tesouro Nacional, sendo o objeto mais antigo do Museu Machado de Castro, em Coimbra.

Para os promotores da candidatura, aquele cálice é testemunho da ligação do rei Afonso Henriques ao mosteiro e da interação do mosteiro com a Universidade de Coimbra.

O mosteiro, além da igreja, integra os Paços do Concelho e o Externato de S. Miguel de Refojos, este último património da Arquidiocese de Braga.

A igreja, a sacristia e o teto do salão nobre dos Paços do Concelho estão classificados como imóvel de interesse público desde 1933.

 
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