A Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos (Murpi) anunciou hoje a realização de uma marcha em outubro, em Lisboa, para exigir mais apoios às associações, através da criação de linhas de financiamento às atividades de índole recreativa e cultural.
Segundo a presidente da Direção do Murpi, Isabel Gomes, “a marcha com os mais idosos” irá decorrer no dia 17 outubro, entre o Saldanha e o Campo Pequeno.
“Aquilo que pretendemos é ampliar o apoio às associações de reformados, pensionistas e idosos. É fundamental que os nossos mais idosos não fiquem isolados, nem sozinhos, e tenham a companhia que for possível arranjar e, nesta companhia, o movimento associativo é fundamental”, disse Isabel Gomes à agência Lusa.
Com esta iniciativa, que comemora o mês do Idoso (outubro), o Murpi que dar “visibilidade às associações e aos seus grupos culturais de ginástica, de marcha, entre muitos outros, que mostram ao país o valor das atividades que animam a participação de milhares de reformados”.
Para isso, a confederação exige a criação de linhas de financiamento às atividades de índole recreativa e cultural que potenciem estas ações junto dos sócios e dos reformados na respetiva comunidade, para que “não fiquem isolados e possam estar em conjunto com outros reformados”.
Comentando os dados do Instituto Nacional de Saúde (INE), divulgados na terça-feira, segundo os quais quase 40% dos idosos com mais de 80 anos viviam sozinhos em 2021, a maioria nas freguesias do interior do país, a responsável disse ser “um número assustador”, reiterando a importância do movimento associativo nestas situações.
“Nós temos que ir buscar estas pessoas a casa e trazê-las. Não para se sentarem a ver televisão, mas para terem um apoio”, nomeadamente de um técnico que os ajude a movimentar, que converse com eles, para estimular a sua mente, porque a única companhia que têm é a televisão, lamentou.
A direção do Murpi esteve reunida na terça-feira e aprovou o seu Caderno Reivindicativo para 2025, sob o lema “Reformados exigem viver melhor! Mais apoios às associações, melhores pensões”.
Isabel Gomes alertou para a necessidade de aumentar as pensões, melhorar as condições de saúde e habitação.
“Neste momento, está muita gente a ser colocada fora das suas casas porque não aguentam o pagamento das novas rendas e, por isso, há a necessidade imperiosa de se olhar para a nossa petição, que está na Assembleia da República”, defendeu.
A petiçã, lançada em meados de abril, recolheu em mês e meio o apoio de mais de 8 mil signatários de todo o país, que apelam à criação de uma Rede Pública de Lares com mensalidades acessíveis aos reformados e ao reforço das valências da rede de equipamentos e serviços de apoio aos idosos que não querem deixar a sua casa.
“Os mais velhos têm que acabar a sua vida com dignidade”, vincou Isabel Gomes.