Declarações dos treinadores após o jogo Benfica-Famalicão (3-2), da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal de futebol, realizado hoje no Estádio da Luz, em Lisboa:
João Pedro Sousa (treinador do Famalicão): “Foi um excelente jogo, entre duas equipas muito competentes, com uma forma de jogar muito virada para o ataque. Tentámos controlar o jogo e houve certas alturas que conseguimos dominar o jogo. Chegámos a várias subidas como pretendíamos, chegámos ao espaço que queríamos e criámos situações para chegar ao golo.
Na segunda parte, manteve-se a nossa forma de jogar. O Benfica marcou num erro nosso, num livre bem junto da nossa área, mas tentámos manter a calma e mantivemo-nos organizados. Chegámos ao golo através de um lance que é a nossa forma de jogar, seja com quem for, em que estádio for. Foi isso que sempre prometemos às pessoas, uma identidade de Famalicão.
Conseguimos depois virar o resultado, fruto também da pressão que o Benfica estava a fazer. O Toni Martínez ficou praticamente homem para homem com o último jogador da linha defensiva do Benfica. Fomos sempre muito maduros. No último golo, fomos algo infelizes. Estávamos preparados para a forma como o Benfica marca cantos, quase evitámos o lance, mas infelizmente não conseguimos.
Não estamos satisfeitos, por aquilo que produzimos. Podíamos ter feito mais golos, o Benfica também podia ter marcado. No global, acho que fomos superiores.
Ficámos com a sensação de que podíamos marcar mais golos. Fomos ligeiramente superiores durante grande período do jogo. Nós partimos para esta eliminatória com a convicção que era 50/50 para cada lado. Sabemos da grande qualidade que o Benfica tem, é uma equipa fortíssima, mas nós vivemos assim no Famalicão. Estamos a um pequeno passo de estar na final, vamos recuperar e trabalhar para disputar o jogo na próxima semana e vencer”.
Bruno Lage (treinador do Benfica): “A eliminatória fica em aberto, temos de ir vencer a Famalicão. Assistimos a um grande jogo de futebol, com várias oportunidades de um lado e de outro. Não estivemos tão bem no aspeto defensivo e oferecemos oportunidades para o Famalicão virar o resultado.
Em termos ofensivos, tivemos várias oportunidades de golo, o Famalicão também as teve. Foi um jogo fantástico, podíamos e devíamos ter controlado o jogo de outra forma. Insistimos várias vezes no mesmo corredor, posicionamento incorreto, o Famalicão sai bem e marca dois golos. A equipa teve uma atitude tremenda para virar o resultado. Apesar desse equilíbrio defensivo não ter corrido tão bem, fica o resultado.
O mais importante é dar continuidade ao nosso trabalho e preparar o jogo com o FC Porto de igual maneira. Em termos ofensivos, a dinâmica esteve presente. A equipa teve uma postura enorme de manter a pressão à frente e controlar a largura com estes dois homens. Na segunda parte, corrigimos um ou outro aspeto e estivemos muito fortes na organização defensiva e a pressionar.
Para nos vencerem, mesmo num dia em que um ou outro aspeto não foi o melhor, o adversário tem de correr mais que nós. E nós somos muito fortes nisso. Tivemos essa consistência de virar, isso não é motivação para o jogo seguinte, mas é uma motivação enorme para a equipa acreditar sempre.
Nunca estive numa final e trabalhamos diariamente com enorme respeito pela competição para chegar à final. A grandeza deste clube vive de títulos. Não basta fazer aquilo que fizemos neste momento, que é ser líder do campeonato e chegar à meia-final, temos de dar continuidade até final da época”.