Um falcão peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus) foi hoje libertado em Póvoa de Lanhoso pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), com colaboração da GNR, para assinalar o Dia Mundial do Meio Ambiente, que se celebra no sábado, 05 de junho.
A ave de rapina tinha sido localizada, ainda bebé, por um empreiteiro que procedia à demolição de uma casa em ruínas localizada em Terras de Bouro, e entregue aos cuidados da GNR, que por sua vez o encaminhou para o centro de recuperação do ICNF em conjunto com outras aves que estavam no mesmo ninho.
Esta manhã, Francisco Neto, do ICNF, libertou o falcão na sede da Comissão de Melhoramentos Santo Emilião, em frente a várias crianças e idosos, numa ação que costuma ser realizada simbolicamente todos os anos, por esta altura.
O MINHO acompanhou a libertação desta ave, que se alimenta geralmente de insectos, roedores e alguns répteis. Francisco Neto justificou a presença da GNR por esta Guarda ser responsável “por perto de 80%” dos animais selvagens com ferimentos que dão entrada naquele centro situado em Albergaria, no Parque Nacional Peneda-Gerês.
“O empreiteiro foi impecável, ligou à GNR e fomos lá retirar os filhotes porque eles não podiam manter-se lá, uma vez que a casa ia ser demolida”, explicou o responsável pela recuperação de animais selvagens.
Atualmente, o Centro de Recuperação de Fauna Selvagens do Gerês tem 65 animais, quase todos aves, à exceção de “três raposinhos” que foram encontrados debilitados e, possivelmente, abandonados.
“Ele [o falcão] foi tratado desde pequenino no parque biológico de Gaia, por lá existirem cuidados intensivos. Quando cresceu e começou a comer sozinho, regressou ao Gerês, para fazer fisioterapia, ou seja, voar, caçar… E pronto, agora chegou o dia de o libertar”, explicou Francisco Neto.
O local da libertação da ave de rapina não foi escolhido ao acaso. Trata-se de uma zona onde existem planícies, sendo esse o habitat apropriado para este tipo de aves, ao contrário das zonas florestais do Gerês, onde se encontrava a progenitora.
Francisco Neto voltou a agradecer as intervenções da GNR, apelidando-os como “o INEM dos animais selvagens”.
Em 30 anos como funcionário daquele centro no Gerês, o responsável explica que, quase sempre, são apanhadas aves, uma vez que os mamíferos são mais difíceis de se deixar apanhar. “Por exemplo, em 30 anos de serviço, só passaram por mim cinco lobos vivos”, explicou.
De acordo com o portal do ICNF, o Centro de Recuperação de Fauna Selvagem do Gerês localiza-se no Parque Nacional da Peneda-Gerês e recebe, trata e recupera animais selvagens feridos ou debilitados. Uma vez recuperados são, sempre que possível, devolvidos à natureza.
Em paralelo, desenvolve linhas de investigação, numa perspetiva de conservação da fauna selvagem. Estes trabalhos são ainda complementados com a participação em ações de educação ambiental a nível regional para diferentes públicos.
O CRFS do Gerês trabalha em estreita parceria e cooperação com o Centro de Recuperação do Parque Biológico de Gaia, com o Centro de Recuperação de Fauna da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e com a GNR , quer na receção quer, sempre que possível, na devolução dos animais recuperados ao seu habitat natural de origem.
Se descobrir um animal selvagem ferido contacte o SEPNA da GNR – 808 200 520.