O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) decretou esta sexta-feira a proibição transitória da caça à rola comum para a época venatória de 2021/22, que compreende os meses de agosto e setembro.
Em comunicado, o ICNF dá conta da decisão depois de a espécie ter vindo a apresentar, ao longo dos últimos anos, um decréscimo significativo, levando a que outros países da União Europeia abrangidos pela rota migratória ocidental seguissem o mesmo caminho de proibição.
O ICNF explica que Portugal, em articulação com as Organizações do Setor da Caça e Organizações Não Governamentais de Ambiente, tem vindo a implementar medidas restritivas de caça a esta espécie, quer reduzindo os limites diários de abate, quer reduzindo drasticamente o número de dias de caça.
“Os estudos desenvolvidos ao nível da UE, em cooperação com os vários Estados Membros e organizações setoriais, conduziram ao desenvolvimento de um plano de ação internacional para a conservação da rolacomum, a implementar até 2028, bem como um modelo de gestão de caça adaptativa”, pode ler-se no comunidado enviado à imprensa.
O instituto alerta ainda que mesmo sem caça há uma probabilidade significativa de se manter o declínio da espécie, declínio esse que aumenta em qualquer cenário que envolva a pressão adicional originada pela caça.
“Estas medidas preventivas de gestão adaptativa, iniciadas em Portugal, tiveram sempre presente que para a questão ser abordada com a eficácia necessária teriam de possuir uma abrangência supra nacional, uma vez que estamos perante populações de uma espécie migratória, entendimento este que foi defendido junto das autoridades comunitárias e dos restantes Estados Membros da UE”, explica o ICNF.
A nível nacional encontra-se em fase final o lançamento dos trabalhos relativos ao “Plano de Recuperação e Conservação da Rola Comum”, preparado em conjunto com as OSC, ONGA e a academia, com apoio do Fundo Florestal Permanente no valor de cem mil euros, com o objetivo de aumentar o conhecimento sobre esta espécie e determinar quais as variáveis de gestão que atualmente impactam as suas populações, no sentido de encontrar medidas que permitam inverter o seu declínio.
O ICNF recorda que existe uma dotação de quatro milhões de euros para a atribuição de apoios às entidades gestoras de zonas de caça com o objetivo de apoiar investimentos de melhoria e gestão dos habitats, uma vez que este é um fator essencial para a recuperação das espécies de fauna selvagem.